Quando penso no 25 de Abril, o meu pensamento corre logo para o meu pai. Abre as gavetinhas da minha infância e logo ouço o meu pai a cantar-me:
Eu ouvia atentamente e tentava compreender o seu significado. Não sei se pela letra, se por toda a emoção que sentia na sua voz. Não consigo situar com exatidão, mas é das memórias mais antigas que tenho! E à medida que ia crescendo, lá me ia tentando explicar o que foi o 25 de Abril e como era a vida antes da revolução:
- "As pessoas não podiam dizer o que pensavam..."
- "As pessoas tinham medo de falar até com os vizinhos/amigos, porque podiam ser denunciados e presos..."
- "Havia um lapis azul, que corrigia os textos e escolhia o que podia ser escrito..."
Eu sentia que não devia ter sido muito bom: "ainda bem que agora já não é assim" - lembro-me de pensar! "Que sortuda que eu sou...."
E sou! Porque apesar de tudo nasci e cresci num país livre! Porque apesar de por vezes a nossa liberdade não ser real, e ser apenas aparente, sou livre de pensar e de dizer...!
Obrigada a todos vós que lutaram para que fosse possível vivermos hoje num país mais livre do que há 42 anos atrás!
Obrigada a todos que lutaram por uma causa maior!
Obrigada a todos que puseram um bem maior à frente do seu eu!
E porque cada vez mais vejo a liberdade ser posta em causa, espero que os revolucionários continuem a lutar e a vencer...!
"Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário." (Che Guevara)
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