quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Amniocentese

Dizer que estou mais calma não é propriamente correcto, mas é o objectivo major para os próximos dias. Repouso e no stress, são as recomendações da médica. 

Lá voltei hoje à maternidade, para a tão aguardada consulta de DPN (Diagnóstico Pré-Natal). Tenho que agradecer a rapidez com que esta aconteceu, pois passaram apenas 2 dias, desde que foi pedida (mas 2 dias com sabor a 10). Eu sabia que seria para realizar mais exames, talvez repetir a ecografia e que dificilmente sairia com um diagnóstico, mas tinha alguma esperança de poder saber já alguma coisa nova. 

Entrei no consultório, ouvi a médica e ela recomendou que se fizesse uma amniocentese -"amniocentese é um método de diagnóstico pré-natal que consiste na aspiração transabdominal duma pequena quantidade de fluido amniótico da bolsa amniótica, que envolve o feto. É tipicamente aconselhada aos pais perante a probabilidade de deformações genéticas durante a gravidez" (wikipédia). 

Isto era praticamente tudo o que sabia acerca da amniocentese (e que tem um risco mínimo de provocar aborto, mas este risco é tanto maior quanto mais precoce for o exame). Disse que sim, que se é o necessário para saber o que se passa, bora lá... mas fiquei um bocadinho apreensiva... mal ouvi a palavra amniocentese na minha cabeça surgiu logo a imagem de uma agulha e seringa gigantes a espetarem a minha barriga e eu a contorcer-me de dores...espetar uma agulha na barriga, isso vai doer muito com certeza!!! 

Mas não, não doeu... não poderia estar mai enganada! Primeiro não é uma agulha gigante, é sim uma agulha bem fininha, e segundo mal senti a agulha a entrar. Aproveitei uma vez mais para olhar o monitor da ecografia (pois ao mesmo tempo que a médica escolhe o melhor local para inserir a agulha, tem que monotorizar o bebé, pois não o pode atingir) e observar o meu bebé e o seu coraçãozinho acelerado, que de imediato acelera também o meu, como se batessem em uníssono.

E mais uma vez a espera.... 8 dias para os resultados preliminares (ou para as patologias mais comuns como a trissomia 21, 18 ou 13) e 15 dias para os resultados finais... mais 2 semanas sem saber realmente o que se passa... mais 2 semanas de stress e angustia (apesar do stress ser algo proibido).. 14 dias... 336 horas... 20160 minutos... 1209600 segundos.... 

Resta-me continuar a meditar, a pensar positivo, a acreditar que tudo está bem e a passar muita energia e muitos pensamentos positivos para o meu bebé, porque enquanto não souber mais nada, tudo pode estar realmente bem. 
Só por Hoje: Acredito!

Fotos: 1- iirlinnaa em pixabay 2- geralt em pixabay 



quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Só por Hoje... Confio!

Só por Hoje Confio! É um dos 5 princípios do Reiki, e talvez para mim o mais difícil de pôr em prática. Não sei se é falta de fé, falta de auto-estima, falta de confiança, mas o confiar no universo, na vida, no seu percurso é-me difícil… confiar que não tenho que controlar tudo para que as coisas aconteçam da melhor forma, e que na realidade estas podem acontecer de forma positiva só porque é o que tem que acontecer, é-me difícil… mas tem sido o meu pensamento do dia. Tenho feito um esforço sincero para acreditar que tudo vai correr bem! Tenho meditado
bastante desde ontem, para tentar manter a calma, e não perder o foco; para acreditar que vai estar tudo bem com o meu bebé, que nada de grave se passa… amanhã vou ter novamente consulta, para fazer mais exames. Estou ansiosa, nervosa e com receio, mas por trás espreita de vez em quando a palavra “Confia!” E acho que apesar de tudo, tenho-me conseguido aguentar melhor do que esperava e melhor do que costumo… 

E se não estiver tudo bem? Não quero pensar nisso, mas de vez em quando lá vou pensando… e se não estiver tudo bem? O que é que eu faço? Tenho que aceitar?! Tenho que aceitar porque se aconteceu assim é porque tem que ser?! 


Só por hoje vou confiar… é o melhor que posso e tenho a fazer (até porque para já não há nada melhor que possa fazer!!)

Foto: coco parisienne em pixabay

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Surpresas... nem sempre as melhores!

Estava ansiosa que o dia de hoje chegasse, estava desejosa de fazer a ecografia. Todos estavam também curiosos para saber o sexo do bebé. E cada vez que me perguntavam isso, na minha cabeça só ecoava o mais importante é saber se está tudo bem… não queria ir sozinha, sentia que precisava de companhia… mas a hora da eco chegou, e estava sozinha… entrei na sala e encontrei mais uma vez o Sr. Dr. que não queria - “ele é muito bom médico, e é isso que interessa”, pois, ele pode ser um óptimo médico, mas não prima pela simpatia e deixa-me nervosa… faz o exame calado, passam-se muitos minutos sem que ele diga uma única palavra, e passa o tempo a bufar e a abanar a cabeça… acho que deixa qualquer um à beira de um ataque de nervos… nós estamos ali deitadas, a olhar para o ecrã, a acompanhar os passos, mas na verdade a maioria de nós não os consegue interpretar, precisamos de um feedback, precisamos que o médico vá partilhando o que vê connosco…. - mas não podia fugir e tive que me deitar na marquesa mesmo com ele! 

Gel fresquinho na barriga e a sonda a fazer milagres e a mostrar-me o meu bebé… vou tentando acompanhar as imagens, a cara, a coluna, e de repente o coraçaozinho a bater, o meu coração deu um pulo e acelerou, os olhos humedeceram e fiquei realmente emocionada… aquele coraçãozinho indicava que aquele ser tão pequenino estava vivo dentro de mim, senti o coração cheio de um amor enorme. Devem ter passado uns 15-20 minutos quando o médico disse que me podia levantar. Perguntei se estava tudo bem, e ele respondeu que aparentemente sim. Uffa… era tudo o que eu queria ouvir, a minha ansiedade afinal não tinha motivo, podia respirar de alivio! 

Mas esta sensação durou muito pouco, talvez menos de um minuto, porque mal ele olhou para o ecrã do computador disse que uma medida não estava muito bem, que se devia ter enganado a medir, e pediu para me deitar de novo na marquesa.. mais gel frio na barriga, mas desta vez o frio era não só na pele, mas sentia mesmo um frio na barriga, daqueles bem internos e que nos deixam um nó na garganta… mais observações, mais medições e noticias menos boas… afinal não estava tudo aparentemente bem… afinal as medidas estão fora do padrão… afinal há qualquer coisa que não está correcto… afinal o meu bebé pode não estar assim tão bem (mas como se o coraçãozinho estava a bater tão feliz??!)…

mas o que se passa??!! O que tem o meu bebé? Está muito pequenino, estas medidas estão fora dos parâmetros… pode aguardar lá fora que eu vou falar com a sua médica!
A médica tentou manter um ar calmo e explicar, o que aparentemente ela também não conseguia explicar, pois parece não haver uma justificação para estes valores… pode ser um erro de datação do bebé, ou pode ser algum síndrome ou alteração cromossómica.. alteração cromossomica?! Patologia genética?! Uau… Espera, a partir daquele instante penso que não ouvi muito mais… aquelas palavras ficaram a ecoar na minha cabeça, e o resto da consulta está envolta num pouco de névoa… 


São 4:17 da manhã e não consigo dormir… o que se passa com o meu bebé? Esta ignorância é o pior, o não saber é muito complicado de gerir… muitas imagens passam pela cabeça, muitos cenários, e sim, a maioria deles não é positivo nem animador. Será que foi apenas um erro de cálculo, o bebé tem menos tempo do que o inicialmente estimado e está de perfeita saúde ou será que o tempo calculado está correcto e tem um problema? Será um problema tratável ou será grave e com consequências avassaladoras? Não sei… e só me resta aguardar….

Fotos: 1 - Unsplash em visualhunt 2 - visualhunt

domingo, 19 de novembro de 2017

Voltar a escrever

Eu gosto de escrever… nunca me é fácil começar ou encontrar as palavras mais adequadas para tentar transmitir o que sinto, mas gosto de escrever. É a melhor forma e a mais sincera que tenho de falar comigo própria e de transmitir o que sinto. 

Se não me engano foi em 2008 que “encontrei” o meu primeiro espaço virtual, o meu primeiro cantinho, onde me refugiava sempre que necessitava de comunicar e de desabafar, e aos poucos esse cantinho transformou-se no meu refugio, na minha casa. Mas nestes quase 10 anos tanta coisa mudou, a vida mudou, eu mudei, já não estou sozinha e independente, comecei uma família, esta aumentou e agora chegou a altura de encontrar um novo refugio, uma nova casa; um espaço acolhedor, mas maior, mais luminoso, um refugio onde reine a tranquilidade e a felicidade.
Sei que isso não será assim uma tarefa tão simples, porque a paz e a paciência vão faltar algumas vezes, tenho a certeza (com crianças pequenas em casa, não tenho ilusões), mas quero conseguir ter a capacidade de as trazer de volta o mais rapidamente que conseguir. 


Quanto à felicidade, continua a ser um objectivo major na minha vida, tem sido uma busca constante nos últimos 10 anos, tem sido o pano de fundo da minha caminhada. Mas sinto que tem sido uma caminhada com sentido, e que acima de tudo tem dado frutos, pois contribuiu para um grande crescimento interior e emocional. Estou tão mais Feliz e Equilibrada agora… sei que tenho ainda um grande caminho pela frente, é uma luta diária e constante (porque infelizmente não tive a sorte de nascer com os genes da felicidade assim tão activos, mas apesar disso sei que 40% da minha felicidade depende de mim, dos meus pensamentos e das minhas atitudes, e 40% ainda é um número considerável); mas agora esta luta é ainda mais importante, porque tenho a responsabilidade de educar um ser, e tudo o que fizer terá consequências não só para mim, mas para alguém que irá aprender comigo, com o meu exemplo. E acima de tudo quero que o meu filho seja FELIZ!! Sei que não é uma tarefa fácil, mas acredito que aos poucos, pasito a pasito, vamos caminhando nessa direcção (ou pelo menos, quero fazer o que estiver ao meu alcance para que isso seja possível)… e o primeiro passo é acreditar!!

Foto: Cathryn Lavery em visualhunt