quinta-feira, 30 de abril de 2020

O que é Parentalidade Consciente para mim?

A primeira vez que ouvi falar de Parentalidade Consciente foi em 2016 através da Mia (Mikaela Oven), e do seu livro Educar com Mindfulness. Desde que me comecei a relacionar com o termo Parentalidade Consciente que o achei insuficiente, pois os princípios e os ideais que defende, não se limitam à parentalidade, mas a todas as relações existentes (a começar pela nossa relação connosco próprios). Por isso, para mim, a Parentalidade Consciente é apenas uma fatia de um bolo maior chamado Relações Conscientes, pois todas as nossas relações podem ser diferentes, se agirmos de uma forma mais consciente.

E o que é isto de ser consciente?


Segundo o dicionário online da porto editora, a palavra consciente tem origem no latim e significa ter consciência de, que sabe o que faz

Assim, ter relações conscientes consiste em assumir o controlo pela relação, saber o que quero e como me quero sentir nesta relação, e como tenho que agir, de forma a o conseguir.

Do mesmo modo, praticar uma parentalidade consciente, consiste em assumir responsabilidade pela minha parentalidade, por aquilo que faço; questionar o que quero fazer e porquê, se é realmente isso que quero fazer, e se não faço apenas porque o pediatra mandou, ou porque a minha mãe me disse ou a sociedade me recomenda. Estou a agir assim, porque quero e porque está de acordo com a minha intenção!

Quando entramos no mundo da parentalidade, somos logo bombardeados por imensa informação, vinda de todo o lado. De repente todas as pessoas que conheces têm algo a dizer sobre o teu estado e o teu bebé, alguma informação para partilhar, algum conselho a dar... isso começa ainda o bebé está na barriga, contudo, quando nasce, acho que piora. De repente estamos rodeados de conselhos, ideias, sugestões, que na maioria das vezes não pedimos, e que, para além de nos deixarem perdidos (pois muitas vezes pessoas diferentes dão sugestões opostas), nos fazem sentir que não sabemos nada, que todos os outros sabem tanto... fazem-nos sentir inadequados e insuficientes, como se todos os outros fossem melhores pais para o nosso filho, do que nós próprios... e aqui, acredito que a parentalidade consciente nos pode ajudar.

Para mim, a parentalidade consciente é um convite a olhar para dentro, para nós próprios, um convite para uma caminhada interior e de auto-descoberta, que nos permite conectar cada vez mais com a nossa intuição, o que, ao mesmo tempo, nos permite conectar cada vez mais com os nossos filhos. E nós, mães e pais, somos quem melhor conhece os nossos filhos! Se conseguimos reduzir o ruído exterior e aumentar o volume interior, seguir a nossa intuição, vamos conseguir saber, a cada momento, o que é melhor para os nossos filhos. Não porque é suposto ser assim, não porque ele está a fazer uma cena e está toda a gente a olhar para nós, não porque a minha sogra disse, ou a amiga recomendou, mas sim, porque nós somos quem melhor conhecemos os nossos filhos, e sabemos melhor o que eles precisam a cada instante!


Tenho percebido que os valores da parentalidade consciente me podem ajudar neste caminho, a sentir-me mais segura e confiante enquanto mãe. A tentar sintonizar de novo com a minha intuição, cuja emissão nem sempre apanha frequência, mas que tento aproveitar de cada vez que consegue emitir! 

Fotos: 1- Free-Photos from Pixabay; 2- Jill Wellington from Pixabay 

domingo, 26 de abril de 2020

sábado, 25 de abril de 2020

25 de Abril!



Mais umas das músicas que me lembro de o meu pai me trautear... mais um bocadinho de liberdade que ele me transmitia!

Muitas vezes ouvi contar como eram "as coisas" antes do 25 de Abril, muitas histórias que absorvia com toda a atenção, e que, apesar da minha imaginação de criança construir muitos enredos dentro da sua cabecinha, acho que talvez nenhum chegasse perto da realidade... porque, felizmente, foi uma realidade que não vivi, que não experienciei! O que faz com que, ainda hoje, tenha dificuldade em saber, na realidade o que era viver numa sociedade fascista!

Porque hoje, mais do que nunca, nos queixamos de ter a nossa liberdade condicionada, com certeza que, mesmo assim, estamos muito longe dos condicionamentos que se viviam há meio século atrás... porque apesar de muitos de nós estarmos confinados ao espaço de nossas casas, somos livres de dizer (e muitas vezes de dizer barbaridades gigantes, sem sequer as pensarmos, ou sem pensarmos nas consequências que podem ter... algo que, anos atrás, nos poderia custar a vida!!)!

Por tudo isto e muito mais, OBRIGADA a toda uma geração que lutou para que fosse possível vivermos num país mais livre hoje!

E OBRIGADA a todos aqueles que, hoje em dia, continuam a lutar por uma causa maior do que eles próprios! 

Obrigada a todos que continuam a colocar um bem maior à frente do seu, para que possamos voltar a ser mais LIVRES!

Foto: Goran Horvat from Pixabay 


sexta-feira, 10 de abril de 2020

Parabéns Luísinha!

Dois anos de ti meu Amor "mais pequenino"! Foram dois anos cheios de aventuras, sorrisos,  ternura, brincadeira, abraços e beijinhos... 

O ano passado, festejámos o teu aniversário em Helsínquia! Este ano em isolamento social... não te podes queixar de aniversários monótonos ;) 

Não pudemos ir aos baloiços, correr no parque, saltar nas poças, brincar na lama... não pudemos sair de casa, mas não te queixaste nem uma vez! Sorriste e brincaste grande parte do dia... e estares bem e feliz é, sem dúvida, o mais importante! E se essa for a constância desse dia, então por mim tudo bem! 

E que, te sintas sempre amada! 

terça-feira, 7 de abril de 2020

Em tempo de pandemia!

E as pessoas ficaram em casa.

E leram livros, e ouviram música, e descansaram e fizeram exercício, e fizeram arte, e jogaram jogos, e aprenderam novas maneiras de ser, e
 pararam.

E ouviram mais profundamente. Alguns meditaram, alguns rezaram, alguns dançaram. Alguns conheceram a sua própria sombra. E as pessoas começaram a pensar de forma diferente.

E as pessoas curaram-se. 

E, na ausência de pessoas a viver de forma ignorante, perigosa, sem mente e sem coração, a terra começou a curar-se.

E quando o perigo passou, e as pessoas se juntaram novamente, lamentaram as suas perdas, e fizeram novas escolhas, e sonharam novos conceitos, e criaram novas formas de viver e de curar completamente a terra, tal como elas tinham sido curadas.
Kitty O’Meara  (tradução pessoal livre)

Foto: David Mark em Pixabay 

sábado, 4 de abril de 2020

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Dança!

"Não gosto de dançar!" 
Esta foi uma frase que me acompanhou desde sempre ou, pelo menos, desde que tenho memória! Raramente ia a discotecas, e mesmo quando acontecia eu ir, raramente dançava... era daquele tipo de pessoa que pega num copo (normalmente de sumo :p), para ter as mãos ocupadas e uma desculpa para não ir para a pista. 

Os bailes de verão eram um pouco a exceção... gostava de ir (ainda hoje acho uma certa piada)! Divertia-me! Não tanto pela dança, mas pelo tipo de convívio que proporciona. No início, quando comecei a ir, também não dançava, ficava mais num canto, contudo, com o passar dos anos, acabei por me deixar contagiar pela energia, e também acabava por dançar (mas sempre um pouco preocupada, e sem me expandir muito).

Hoje tenho a perfeita consciência de que a questão principal não era o "gostar de dançar!" O que eu não suportava era a possibilidade de ter olhares centrados em mim, nos meus movimentos, e a possível crítica/gozo que poderia advir. Sempre tive problemas de auto-estima e auto-confiança! Daí a minha necessidade de validação externa... necessitava de fazer as coisas o melhor possível, para que os outros pudessem reconhecer o meu valor e para que eu também conseguisse sentir que tinha valor (o que mesmo assim, não acontecia...). Ora então, dançar não era algo que eu conseguisse fazer bem! Sou muito desritmada, costumava dizer que tinha "dislexia corporal"... era-me (e ainda é) extremamente difícil conciliar passos, memorizar coreografias, transpor o que vejo os outros a fazer e  imitar... o que me fazia retrair... se não conseguia fazer bem, o melhor era não fazer... e por isso optava, a maioria das vezes, por não dançar!

Nestas últimas semanas (re)descobri a dança! Dançar tem sido uma terapia... 
Aproveito um momento do dia em que consiga estar sozinha, coloco uma música bem animada e ritmada (por vezes apenas para mim através dos fones), e a minha sala passa a ser uma pista de dança... danço à minha maneira, sem julgamento e sem expectativas... apenas eu, a música e o movimento do meu corpo desritmado! Consigo libertar a tensão acumulada, consigo limpar a mente de pensamentos que me entristecem e, durante aquele bocadinho, não existe mais nada... é muito catártico!! Sinto-me conectada. Sinto-me livre! (E no final, muito cansada...)

Não sei se dançaria da mesma forma, se estivesse no meio de pessoas ou simplesmente se estivesse a ser observada. Muito provavelmente não... contudo também não tenciono ir a discotecas em breve. 
E para além de descobrir esta sensação positiva que a dança me tem transmitido foi também importante constatar que algo que eu tinha enraizado como negativo ("não gosto de dançar!") tem-se revelado super positivo e benéfico. A minha crença, era apenas isso, uma crença, e que pelos vistos estava errada e longe de ser uma verdade absoluta... 
Quantas outras crenças terei que assumo como verdade, que poderão estar erradas?!?

E hoje, convido-te: dança! 
Dança como se ninguém te estivesse a ver!
Dança de forma livre e autêntica!
Dança a música que mais gostas de dançar... não importa quanto possa ser parola aos olhos dos outros!
Dança e talvez, como eu, te sintas um bocadinho mais livre, mais leve, mais solta!