quinta-feira, 30 de abril de 2020

O que é Parentalidade Consciente para mim?

A primeira vez que ouvi falar de Parentalidade Consciente foi em 2016 através da Mia (Mikaela Oven), e do seu livro Educar com Mindfulness. Desde que me comecei a relacionar com o termo Parentalidade Consciente que o achei insuficiente, pois os princípios e os ideais que defende, não se limitam à parentalidade, mas a todas as relações existentes (a começar pela nossa relação connosco próprios). Por isso, para mim, a Parentalidade Consciente é apenas uma fatia de um bolo maior chamado Relações Conscientes, pois todas as nossas relações podem ser diferentes, se agirmos de uma forma mais consciente.

E o que é isto de ser consciente?


Segundo o dicionário online da porto editora, a palavra consciente tem origem no latim e significa ter consciência de, que sabe o que faz

Assim, ter relações conscientes consiste em assumir o controlo pela relação, saber o que quero e como me quero sentir nesta relação, e como tenho que agir, de forma a o conseguir.

Do mesmo modo, praticar uma parentalidade consciente, consiste em assumir responsabilidade pela minha parentalidade, por aquilo que faço; questionar o que quero fazer e porquê, se é realmente isso que quero fazer, e se não faço apenas porque o pediatra mandou, ou porque a minha mãe me disse ou a sociedade me recomenda. Estou a agir assim, porque quero e porque está de acordo com a minha intenção!

Quando entramos no mundo da parentalidade, somos logo bombardeados por imensa informação, vinda de todo o lado. De repente todas as pessoas que conheces têm algo a dizer sobre o teu estado e o teu bebé, alguma informação para partilhar, algum conselho a dar... isso começa ainda o bebé está na barriga, contudo, quando nasce, acho que piora. De repente estamos rodeados de conselhos, ideias, sugestões, que na maioria das vezes não pedimos, e que, para além de nos deixarem perdidos (pois muitas vezes pessoas diferentes dão sugestões opostas), nos fazem sentir que não sabemos nada, que todos os outros sabem tanto... fazem-nos sentir inadequados e insuficientes, como se todos os outros fossem melhores pais para o nosso filho, do que nós próprios... e aqui, acredito que a parentalidade consciente nos pode ajudar.

Para mim, a parentalidade consciente é um convite a olhar para dentro, para nós próprios, um convite para uma caminhada interior e de auto-descoberta, que nos permite conectar cada vez mais com a nossa intuição, o que, ao mesmo tempo, nos permite conectar cada vez mais com os nossos filhos. E nós, mães e pais, somos quem melhor conhece os nossos filhos! Se conseguimos reduzir o ruído exterior e aumentar o volume interior, seguir a nossa intuição, vamos conseguir saber, a cada momento, o que é melhor para os nossos filhos. Não porque é suposto ser assim, não porque ele está a fazer uma cena e está toda a gente a olhar para nós, não porque a minha sogra disse, ou a amiga recomendou, mas sim, porque nós somos quem melhor conhecemos os nossos filhos, e sabemos melhor o que eles precisam a cada instante!


Tenho percebido que os valores da parentalidade consciente me podem ajudar neste caminho, a sentir-me mais segura e confiante enquanto mãe. A tentar sintonizar de novo com a minha intuição, cuja emissão nem sempre apanha frequência, mas que tento aproveitar de cada vez que consegue emitir! 

Fotos: 1- Free-Photos from Pixabay; 2- Jill Wellington from Pixabay 

domingo, 26 de abril de 2020

sábado, 25 de abril de 2020

25 de Abril!



Mais umas das músicas que me lembro de o meu pai me trautear... mais um bocadinho de liberdade que ele me transmitia!

Muitas vezes ouvi contar como eram "as coisas" antes do 25 de Abril, muitas histórias que absorvia com toda a atenção, e que, apesar da minha imaginação de criança construir muitos enredos dentro da sua cabecinha, acho que talvez nenhum chegasse perto da realidade... porque, felizmente, foi uma realidade que não vivi, que não experienciei! O que faz com que, ainda hoje, tenha dificuldade em saber, na realidade o que era viver numa sociedade fascista!

Porque hoje, mais do que nunca, nos queixamos de ter a nossa liberdade condicionada, com certeza que, mesmo assim, estamos muito longe dos condicionamentos que se viviam há meio século atrás... porque apesar de muitos de nós estarmos confinados ao espaço de nossas casas, somos livres de dizer (e muitas vezes de dizer barbaridades gigantes, sem sequer as pensarmos, ou sem pensarmos nas consequências que podem ter... algo que, anos atrás, nos poderia custar a vida!!)!

Por tudo isto e muito mais, OBRIGADA a toda uma geração que lutou para que fosse possível vivermos num país mais livre hoje!

E OBRIGADA a todos aqueles que, hoje em dia, continuam a lutar por uma causa maior do que eles próprios! 

Obrigada a todos que continuam a colocar um bem maior à frente do seu, para que possamos voltar a ser mais LIVRES!

Foto: Goran Horvat from Pixabay 


sexta-feira, 10 de abril de 2020

Parabéns Luísinha!

Dois anos de ti meu Amor "mais pequenino"! Foram dois anos cheios de aventuras, sorrisos,  ternura, brincadeira, abraços e beijinhos... 

O ano passado, festejámos o teu aniversário em Helsínquia! Este ano em isolamento social... não te podes queixar de aniversários monótonos ;) 

Não pudemos ir aos baloiços, correr no parque, saltar nas poças, brincar na lama... não pudemos sair de casa, mas não te queixaste nem uma vez! Sorriste e brincaste grande parte do dia... e estares bem e feliz é, sem dúvida, o mais importante! E se essa for a constância desse dia, então por mim tudo bem! 

E que, te sintas sempre amada! 

terça-feira, 7 de abril de 2020

Em tempo de pandemia!

E as pessoas ficaram em casa.

E leram livros, e ouviram música, e descansaram e fizeram exercício, e fizeram arte, e jogaram jogos, e aprenderam novas maneiras de ser, e
 pararam.

E ouviram mais profundamente. Alguns meditaram, alguns rezaram, alguns dançaram. Alguns conheceram a sua própria sombra. E as pessoas começaram a pensar de forma diferente.

E as pessoas curaram-se. 

E, na ausência de pessoas a viver de forma ignorante, perigosa, sem mente e sem coração, a terra começou a curar-se.

E quando o perigo passou, e as pessoas se juntaram novamente, lamentaram as suas perdas, e fizeram novas escolhas, e sonharam novos conceitos, e criaram novas formas de viver e de curar completamente a terra, tal como elas tinham sido curadas.
Kitty O’Meara  (tradução pessoal livre)

Foto: David Mark em Pixabay 

sábado, 4 de abril de 2020

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Dança!

"Não gosto de dançar!" 
Esta foi uma frase que me acompanhou desde sempre ou, pelo menos, desde que tenho memória! Raramente ia a discotecas, e mesmo quando acontecia eu ir, raramente dançava... era daquele tipo de pessoa que pega num copo (normalmente de sumo :p), para ter as mãos ocupadas e uma desculpa para não ir para a pista. 

Os bailes de verão eram um pouco a exceção... gostava de ir (ainda hoje acho uma certa piada)! Divertia-me! Não tanto pela dança, mas pelo tipo de convívio que proporciona. No início, quando comecei a ir, também não dançava, ficava mais num canto, contudo, com o passar dos anos, acabei por me deixar contagiar pela energia, e também acabava por dançar (mas sempre um pouco preocupada, e sem me expandir muito).

Hoje tenho a perfeita consciência de que a questão principal não era o "gostar de dançar!" O que eu não suportava era a possibilidade de ter olhares centrados em mim, nos meus movimentos, e a possível crítica/gozo que poderia advir. Sempre tive problemas de auto-estima e auto-confiança! Daí a minha necessidade de validação externa... necessitava de fazer as coisas o melhor possível, para que os outros pudessem reconhecer o meu valor e para que eu também conseguisse sentir que tinha valor (o que mesmo assim, não acontecia...). Ora então, dançar não era algo que eu conseguisse fazer bem! Sou muito desritmada, costumava dizer que tinha "dislexia corporal"... era-me (e ainda é) extremamente difícil conciliar passos, memorizar coreografias, transpor o que vejo os outros a fazer e  imitar... o que me fazia retrair... se não conseguia fazer bem, o melhor era não fazer... e por isso optava, a maioria das vezes, por não dançar!

Nestas últimas semanas (re)descobri a dança! Dançar tem sido uma terapia... 
Aproveito um momento do dia em que consiga estar sozinha, coloco uma música bem animada e ritmada (por vezes apenas para mim através dos fones), e a minha sala passa a ser uma pista de dança... danço à minha maneira, sem julgamento e sem expectativas... apenas eu, a música e o movimento do meu corpo desritmado! Consigo libertar a tensão acumulada, consigo limpar a mente de pensamentos que me entristecem e, durante aquele bocadinho, não existe mais nada... é muito catártico!! Sinto-me conectada. Sinto-me livre! (E no final, muito cansada...)

Não sei se dançaria da mesma forma, se estivesse no meio de pessoas ou simplesmente se estivesse a ser observada. Muito provavelmente não... contudo também não tenciono ir a discotecas em breve. 
E para além de descobrir esta sensação positiva que a dança me tem transmitido foi também importante constatar que algo que eu tinha enraizado como negativo ("não gosto de dançar!") tem-se revelado super positivo e benéfico. A minha crença, era apenas isso, uma crença, e que pelos vistos estava errada e longe de ser uma verdade absoluta... 
Quantas outras crenças terei que assumo como verdade, que poderão estar erradas?!?

E hoje, convido-te: dança! 
Dança como se ninguém te estivesse a ver!
Dança de forma livre e autêntica!
Dança a música que mais gostas de dançar... não importa quanto possa ser parola aos olhos dos outros!
Dança e talvez, como eu, te sintas um bocadinho mais livre, mais leve, mais solta! 



domingo, 29 de março de 2020

Cristóvam - Andrà Tutto Bene

“Be safe in your shelters and soon we’ll be free
One day we’ll remember the hardest of times
When distance meant love and it kept us alive”

sábado, 28 de março de 2020

A mudança começa no interior

"- Capitão, o menino está preocupado e muito inquieto devido à quarentena que o porto nos impôs.
- O que te inquieta, menino? Não tens comida suficiente? Não dormes o suficiente?
- Não é isso, Capitão. É que não suporto não poder ir à terra e abraçar minha família.
- E se te deixassem sair do navio e estivesses contaminado, suportarias a culpa de infectar alguém que não tem condições de aguentar a doença?
- Não me perdoaria nunca, mas para mim inventaram essa peste.
- Pode ser, mas e se não foi inventada?
- Entendo o que queres dizer, mas me sinto privado da minha liberdade, Capitão, me privaram de algo.
- E tu te privas ainda mais de algo.
- Está de brincadeira, comigo?
- De forma alguma. Se te privas de algo sem responder de maneira adequada, terás perdido.
- Então quer dizer, segundo me dizes, que se me tiram algo, para vencer eu devo privar-me de mais alguma coisa por mim mesmo?
- Exatamente. Eu fiz quarentena há 7 anos atrás.
- E o que foi que tiveste de te privar?

- Eu tinha que esperar mais de 20 dias dentro do barco. Havia meses em que eu ansiava por chegar ao porto e desfrutar da primavera em terra. Houve uma epidemia. No Porto Abril nos proibiram de descer. Os primeiras dias foram duros. Me sentia como vocês. Logo comecei a confrontar aquelas imposições utilizando a lógica. Sabia que depois de 21 dias deste comportamento se cria um hábito, e em vez de me lamentar e criar hábitos desastrosos, comecei a comportar-me de maneira diferente de todos os demais. Comecei com o alimento. Me impus comer a metade do quanto comia habitualmente. Depois comecei a selecionar os alimentos de mais fácil digestão, para não sobrecarregar o corpo. Passei a me nutrir de alimentos que, por tradição histórica, haviam mantido o homem com saúde.
O passo seguinte foi unir a isso uma depuração de pensamentos pouco saudáveis e ter cada vez mais pensamentos elevados e nobres. Me impus ler ao menos uma página a cada dia de um argumento que não conhecia. Me impus fazer exercícios sobre a ponte do barco. Um velho hindu me havia dito anos antes, que o corpo se potencializava ao reter o alento. Me impus fazer profundas respirações completas a cada manhã. Creio que meus pulmões nunca haviam chegado a tamanha capacidade e força. A parte da tarde era a hora das orações, a hora de agradecer a uma entidade qualquer por não me haver dado, como destino, privações graves durante toda minha vida.
O hindu me havia aconselhado também a criar o hábito de imaginar a luz entrando em mim e me tornando mais forte. Podia funcionar também para as pessoas queridas que estavam distantes e, assim, integrei também esta prática na minha rotina diária dentro do barco.
Em vez de pensar em tudo que não podia fazer, pensava no que faria uma vez chegado à terra firme. Visualizava as cenas de cada dia, as vivia intensamente e gozava da espera. Tudo o que podemos obter em seguida não é interessante. Nunca. A espera serve para sublimar o desejo e torná-lo mais poderoso. Eu me privei de alimentos suculentos, de garrafas de rum e outras delícias. Me havia privado de jogar baralho, de dormir muito, de praticar o ócio, de pensar apenas no que me privaram.
- Como acabou, Capitão?
- Eu adquiri todos aqueles hábitos novos. Me deixaram baixar do barco muito tempo depois do previsto.
- Privaram vocês da primavera, então?
- Sim, naquele ano me privaram da primavera, e de muitas coisas mais, mas eu, mesmo assim, floresci, levei a primavera dentro de mim, e ninguém nunca mais pode tirá-la de mim."
in Livro Vermelho de Carl Jung

Foi, até ao momento, o texto que melhor se relaciona com a fase em que vivemos... também nós estamos de quarentena; também nós estamos impedidos de fazer muitas das rotinas a que estávamos habituados; também nós nos sentimos privados da nossa liberdade! Mas também nós temos uma escolha. Podemos escolher olhar para a nossa realidade sob a lente do que nos foi tirado, do que não temos, ou escolher olhar sob a lente do que temos neste momento e do que podemos fazer com isso. 
Eu, tal como o capitão, tenho feito algumas alterações na minha rotina... também eu tenho alterado a minha alimentação, tenho feito exercício diário, meditação e lido algo novo todos os dias... ainda só passaram 12 dias desde que me convidei a fazer esta mudança! Não sei quanto tempo vai durar mas, tal como ele referiu, também espero que, no final desta quarentena, passem a fazer parte de mim! 

Porque não se juntam a mim neste desafio? Porque não escolher algo que gostariam de mudar e aproveitar esta altura em que estamos com os movimentos mais restritos e passamos mais tempo em casa para implementar durante 21 dias? Ler, meditar, fazer exercício físico, dançar, cozinhar mais saudável, deixar de comer carne, comer legumes todos os dias, beber mais água? Algo que sintas que pode melhorar o teu bem estar.  Um convite para nos tornarmos mais fortes física e mentalmente! 

Fotos: 1- ArtTower em Pixabay; 2-Rebekka D por Pixabay;  3- Gerd Altmann em Pixabay 

segunda-feira, 23 de março de 2020

Fiquem em casa II

Ontem mais uma vez fiquei indignada com o comportamento de muitos portugueses... fiquei zangada e revoltada com as noticias de que, mais uma vez, as marginais se encheram de pessoas que sairam para uma caminhada, que a PSP de Coimbra foi chamada a intervir porque o Choupal estava apinhado de gente! 

Numa altura em que, a única coisa que nos é pedido (ou à grande maioria de nós) é FICAR EM CASA, não compreendo esta atitude!! Não compreendo que nos coloquemos em risco, a nós e a todos os que nos rodeiam! Numa altura em que a probabilidade de contaminação é muito elevada, não compreendo que não tenhamos todos os cuidados necessários! 

Ao fim de 9 dias de confinamento social, também a mim me custa não sair, principalmente porque é difícil de fazer compreender esta situação aos meus filhos... porque eles querem sair, ir ao parque, ir aos baloiços ou, o pedido de hoje, ir à praia... e entretê-los, todos os dias, sem essas saídas, não é de todo fácil.... mas continuamos a não sair porque é, neste momento, o nosso dever, e a única coisa que podemos fazer para ajudar a combater esta pandemia! 

Contudo hoje li um texto da Mia, que me fez pensar num outro ângulo desta situação, sobre o qual ainda não tinha refletido... e percebi que aqui, tal como em tantas outras situações, sou sempre demasiado rápida a fazer julgamentos... para mim a minha casa é um porto seguro! Um lugar onde gosto de estar, onde me sinto bem, onde há amor, compreensão, respeito!! A minha casa é um abrigo... 
e para aquelas pessoas que não sentem isso?? E para aquelas pessoas em que a sua casa é um lugar de medo, um lugar onde se sentem ameaçadas, prisioneiras, onde sofrem??  Para essas pessoas, o apenas ficar em casa é muito, muito mais do que apenas ficar em casa!! 

Continuo a defender com unhas e dentes que temos de ficar em casa, o máximo possível... desafio-me apenas a tentar julgar menos os outros!!

Fotos: 1- Gerd Altmann em Pixabay; 2- Martina Kopecká em Pixabay 

sexta-feira, 20 de março de 2020

Fiquem em casa!!

Não me tem apetecido escrever... e, por esse motivo, não tenho escrito! Gosto de escrever quando tenho vontade, quando sinto que tenho algo a dizer, algo que possa ser útil ou algo que precisa de sair para fora da minha cabeça... isso não tem acontecido! Tenho pensado: tenho a cabeça demasiado desorganizada... preciso de organizar primeiro este caos interior, para depois então conseguir escrever... mas hoje dei por mim a pensar: será que tenho que organizar a cabeça para depois conseguir escrever, ou será que tenho que escrever para organizar a cabeça? A verdade é que não sei a resposta mas, mesmo com os pensamentos num turbilhão decidi sentar-me e escrever!


Há cerca de 3 semanas, quando os casos de coronavirus começaram a surgir em Portugal, sentia uma ligeira inquietação, mas sentia-me maioritariamente calma! A semana passada comecei a sentir-me um pouco revoltada... revoltada com a ausência de implementação de certas medidas que, a meu ver,  deveriam ser tomadas pelos governantes (mas quem sou eu?? O que sei eu sobre isto??... na realidade sou uma leiga em termos de saúde pública ou economia,  são apenas bitaites, e opiniões pessoais!!) mas, sobretudo, revoltada com a atitude de certas pessoas que teimavam em não levar isto a sério e a desrespeitar os concelhos dados pela DGS ou pelo Governo/Ministério da Saúde. Hoje, o cenário mudou muito. Novas medidas foram tomadas, muitas pessoas acatam os concelhos da DGS e governo e dizem que estamos a ser um "povo exemplar!" Contudo, ao ver as notícias, continuo a achar que, para vencer esta batalha, temos que fazer mais e melhor... luvas espalhadas pelo chão de várias cidades do país?? Jornais que fazem manchetes com o título "Idosa de 94 anos morre infetada pelo filho"??  Pessoas que continuam a achar que podem fazer o seu dia-a-dia normalmente, porque ficar em casa é aborrecido!? 
Sim, ficar em casa pode ser muito aborrecido, mas a outra opção pode-nos trazer muito mais aborrecimentos... no meio deste caos em que a nossa rotina/vida se transformou de forma tão repentina, não consigo deixar de pensar em como sou uma sortuda... tenho uma casa onde me posso recolher e ficar recatada com conforto! Sem passar frio, sem apanhar chuva... 

Não sei muito sobre o assunto, penso que nunca fez parte do meu currículo estudantil, mas lembro-me da minha avó me falar sobre a Pneumónica, sobre quão avassalador foi e nas marcas profundas que deixou nas famílias (muitas famílias perderam entes queridos, e a nossa não foi exceção)... agora, um século depois, estamos a viver algo, talvez, semelhante (se bem que espero que não atinja a mesma proporção) e penso que, apesar de tudo, temos muita mais sorte por viver agora e não há 100 anos... os nossos hospitais estão muito melhor equipados, as nossas casas têm muito mais conforto, temos acesso a melhores cuidados de higiene pessoal e não só, as próprias cidades são muito mais higiénicas... por isso eu tenho esperança de que, desta vez, vamos conseguir vencer a guerra com menos baixas pessoais... 

E eu, como me sinto hoje?! 
Preocupada... preocupada pela facilidade de propagação do vírus e pela facilidade de contágio.. preocupada com os meus familiares: a minha mãe que tem que continuar a trabalhar, o meu pai que teima em sair de casa, os meus avós que não só pela idade, mas pelas patologias associadas, são de risco muito elevado... um pouco mais tranquila pelo facto de a gravidade, até agora, ser menor em crianças (como evitar que as crianças levem as mãos à boca?? se souberem de algo eficaz, por favor partilhem!)... 

Sinto que estamos em guerra...uma guerra contra um inimigo silencioso...  se fossem bombas a cair do céu, ninguém duvidaria do que estávamos em guerra! Agora, perante um inimigo que chega sem ninguém dar conta, não se ouve, não se vê, como fazer com que seja real para todos??  

Ver o que se passa nos outros países não será suficiente?? 
Quando começou, em dezembro, na China! Ok... a China fica do outro lado do mundo... outro continente, outra cultura, outros costumes... demasiado longe e dificilmente chegará cá!! É um problema deles!!! 
Então e Itália??! Itália é aqui perto!! Não serão suficientes os relatos que nos chegam de lá?? As proporções que a epidemia tomou? O desespero das pessoas, principalmente dos profissionais de saúde? A falta de recursos?? 
Então e Espanha?! Espanha é aqui ao lado!! Ao dia de hoje mais de 1000 mortos... não será melhor aprender com os outros, do que vivenciarmos estas situações na pele?!

Mais vale uns dias de desconforto "presos" no conforto do nosso lar... do que a opção B!!
Por isso cuidem-se e FIQUEM EM CASA!!!! 

Fotos: 1- Notícias de Coimbra; 2- army.mil; 3- recebi a foto pelo WhatsApp, pelo que não sei identificar a fonte... utilizei-a, porque me pareceu útil neste contexto, caso não seja permitido, agradeço o contacto para efetuar a sua remoção.

domingo, 8 de março de 2020

Feliz dia da mulher

Que a mais do que prendas, tenhamos direito a respeito e a igualdade! Porque em muitos lugares do mundo isto é, ainda, uma utopia! Porque mesmo em Portugal, há poucas gerações, a realidade das mulheres era bem diferente da nossa e, apesar de termos conseguido muitas conquistas, muitas há, ainda, por alcançar. 
Muito obrigada a todas as mulheres que mudam o mundo (que acredito, que cada uma à sua maneira, todas o fazem!!), e aos homens que nos acompanham nesta demanda! 

Foto: Gerd Altmann por Pixabay 

quinta-feira, 5 de março de 2020

segunda-feira, 2 de março de 2020

Coronavírus


A preocupação é generalizada, e por isso nunca é demais ter em atenção algumas pequenas atitudes que nos podem ajudar na prevenção. Penso que é válido não só para as crianças, mas para todos nós.

6 coisas que precisamos de saber sobre o COVID-19:

Transmissão - o vírus trasmite-se através do contacto direto com gotículas respiratórias de uma pessoa infectada. Pode acontecer de duas formas:
  • diretamente: quando uma pessoa infetada que se encontra a uma curta distância de nós espirra ou tosse, e as suas gotículas respiratórias entram em contacto com os nossos olhos, nariz ou boca corremos o risco de ser contaminados;
  • indiretamente: quando uma pessoa infetada tosse ou espirra e as suas gotículas respiratórias caem sobre determinadas superfícies (mesas, cadeiras, computadores, canetas, etc...) contamina-as. Se nós tocarmos nessa superfície, o vírus pode passar para as nossas mãos (o vírus pode permanecer vivo nas superfícies durante alguns dias), e infetar-nos caso levemos as mãos contaminadas à cara, nomeadamente aos olhos, nariz ou boca.

Sintomas - os sintomas mais comuns são os de febre, tosse e falta de ar. Em casos mais severos pode ocorrer pneumonia e dificuldades respiratórias. E em casos mais raros, maioritariamente em pessoas mais idosas e com patologias pré-existentes, pode levar à morte.

Precauções - a melhor forma de prevenção assenta em boas práticas pessoais de higiene:
  • a medida mais eficaz consiste em lavar as mãos frequentemente com água e sabão (esfregar toda a superfície das mãos durante cerca de 20 segundos), ou friccionar com soluções alcoólicas desinfetantes 
  • lavar as mãos sempre antes de comer, e sempre que entrar em casa
  • evitar levar as mãos à cara
  • tapar a boca e o nariz ao tossir/espirrar, preferencialmente com o cotovelo ou com um lenço descartável, que deve ser imediatamente colocado no lixo.
Máscaras - recomendadas apenas quando existem sintomas - se não existirem sintomas as máscaras são desnecessárias (podendo até aumentar o risco de contágio, pois esta pode funcionar também como um reservatório de vírus para além de que o uso da máscara vai aumentar o número de vezes que levamos as mãos à cara para a ajeitar). Para nossa proteção a lavagem das mãos é mais importante do que o uso da máscara. Estas são úteis, caso tenhamos sintomas, para evitar contaminar as pessoas que nos rodeiam, são portanto úteis para proteger os outros! 

Gravidez - atualmente não existem evidências que nos permitam saber se o vírus é transmitido de mãe para filhos durante a gravidez, ou qual o impacto no bebé.

Medicação - até à data não existe medicação específica para prevenir ou tratar este novo coronavírus. O melhor que podemos fazer para prevenir, é praticar as medidas básicas de higiene. 

Resumindo: LAVEMOS AS MÃOS FREQUENTEMENTE!!!

Foto: iXimus por Pixabay

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Parabéns Pedrinho!


3 anos de ti, meu amor! E como tão bem lembrou o teu pai, 3 anos a mudar fraldas!!! 

Espero conseguir deixar-te sempre voar... e desejo que faças todos os teus voos em segurança.. cá estarei de braços abertos para te receber!! 

A tua felicidade hoje fez o meu coração transbordar!! Obrigada!!


PS. Vê lá se deixas as fraldas ;) 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Desafio superado

E estou feliz! 
Feliz porque sinto que consegui superar o meu desafio e atingi o meu objetivo. Mais uma vez senti o poder da intenção em ação. 

Claro que acordei um bocadinho nervosa e assim me mantive à medida que a hora da apresentação se aproximava, mas nada nervosa se comparado com situações semelhantes do passado. Fui repetindo para mim que a minha principal intenção era a de me manter calma e tranquila, que o mais importante era ser eu própria e não querer ser perfeita, nem impressionar ninguém, e a verdade é que isso funcionou, e acabei por até conseguir passar um bom momento. Foi um momento de partilha, em que me senti muito conectada com a mensagem, com o que estava a transmitir, e com as pessoas que me rodeavam. Foi a primeira vez que senti algo do género a comunicar em público.

Sinto-me até um pouco incrédula... será que o poder da intenção é assim tão forte que chega a fazer autênticos milagres?!

Por isso estou muito grata! 
Grata por esta experiência! 
Grata a todos que proporcionaram e permitiram este momento! 
Grata a todos que o quiseram partilhar comigo! 
Grata a todos que, durante uma hora se conectaram comigo. 
Grata ao meu marido porque impulsionou esta loucura.
Grata também a mim, por ter aceite o desafio, e não ter fugido dele. 


Hoje senti magia!
Muito muito obrigada! 

Foto: Free-Photos por Pixabay 



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Workshop

Amanhã vai ser um dia de desafios, de experimentar, de sair da zona de conforto!

Nunca gostei de me expor, de ser o centro das atenções. Falar em público é algo que, portanto, sempre detestei fazer! Hoje continuo a não gostar, e é por isso que amanhã vai ser um dia bem desafiante, pois.... vou ter que falar em público! Vou apresentar um workshop! 

Sei o que quero dizer, sei que mensagem quero passar... não sei no entanto se o conseguirei fazer... tenho sempre receio de que na hora a boca fique seca, o cérebro em freeze e que as palavras certas teimem em não aparecer... aliás, que nenhuma palavra decida aparecer! 

Não me acho uma boa comunicadora... acho que no diálogo 1-1 até me safo... mas em conversas de multidões, nem por isso... prefiro manter o silêncio e ficar low profile...

Contudo a oportunidade apareceu e, contrariamente a tantas outras, desta vez decidi não fugir, abraçar e preparar-me para o desafio com convicção! 

Não sei se me conseguirei fazer entender! Não sei se conseguirei passar a mensagem... mas espero passar um bom momento e divertir-me! Mais do que fazer um bom trabalho, mais do que fazer uma apresentação perfeita, quero permanecer tranquila de forma a conseguir aproveitar o momento e divertir-me e essa vai ser a minha intenção para amanhã... agora que acredito no poder da intenção, não tenho dúvida de que isso vai acontecer! 

Se conseguir passar a minha mensagem, nem que seja a uma pessoa, então iupyy :)



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Amor ❤️

No dia em que mais se celebra o amor, não esqueçamos do Amor Próprio ❤️ 

Imagem: @studioprototipo 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Porque é que os dentes de leite não são "certinhos" e têm espaços entre eles?



Para a maioria de nós um sorriso bonito é aquele em que os dentes aparecem certinhos e "coladinhos" uns aos outros, sem espaços entre eles. E sim, talvez no adulto seja assim que os desejamos; contudo nas crianças o pensamento deve ser o inverso.

É comum haver espaços entre os dentinhos de leite, os chamados diastemas. Estes espaços são muito importantes, e desejáveis, pois uma vez que os dentes permanentes que virão substituir os de leite terão um diâmetro mésio-distal maior (serão “mais largos”), os diastemas permitem que eles tenham mais espaço disponível para erupcionarem correctamente. 

Uma criança que aos 6 anos não apresente diastemas, muito provavelmente terá falta de espaço aquando da erupção dos dentes definitivos, e sofrerá de apinhamento dentário (dentes tortos). 


Foto - em pxhere 



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Filmes de terror

Levante a mão quem consegue manter o sangue frio quando os filhos estão doentes ou se magoam? 

EU NÃO!!! Não consigo!! Aparece o primeiro sintoma e eu fico com náuseas e cólicas, eles têm um diagnóstico e cinco minutos depois já estou com diarreia!! Fico completamente irracional, estática, congelada!! É que não basta ficar sem reação, começo logo a ver filmes de terror nesta minha cabecinha... 

Bastava racionalizar um pouco, ser objetiva e chegaria à conclusão de que esses filmes são apenas isso, filmes; e não hipóteses com elevadíssima probabilidade de ocorrerem.
Sinto-me completamente idiota!! Mas o medo não me deixa ser nem um pouco racional...!! 

Algumas dicas para alterar este estado??! Alguém que fosse assim e tenha encontrado um caminho para a mudança? Preciso encontrar esse mapa, antes de ficar com uma úlcera nervosa!! 

Foto: ambermb por Pixabay 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Insight

Hoje ao assistir a um vídeo sobre Parentalidade Consciente, ao ouvir algo que já ouvi dezenas de vezes anteriormente, tive um insight:

- Eles têm mesmo razão! Para conseguir ser uma mãe mais consciente é mesmo por aqui que tenho que começar!!! - antes de atender as necessidades dos meus filhos, tenho que atender as minhas em primeiro lugar... Só se eu estiver com as minhas necessidades preenchidas, terei capacidade de responder às necessidades dos meus filhos! Não posso querer ser uma super mãe se me sinto sem energia, desmotivada, enervada...



De momento, passo praticamente 24 sobre 24 horas com os meus filhos, 7 dias por semana... eles estão sempre comigo, constantemente a chamar por mim, a puxar-me... um puxa uma perna para um lado, o outro puxa a outra para o lado oposto!!! 


Nos últimos dias tenho-me sentido mais enervada, impaciente, a levantar muitas vezes a voz, a "ralhar muito", e hoje realmente percebi que isto provavelmente tem acontecido porque tenho estado sempre com eles, não tenho tido tempo para mim, só para mim... para fazer coisas só minhas! Senti que para estar plenamente com eles, quando estou com eles, para conseguir ser uma mãe consciente quando interagimos, tenho que satisfazer esta minha necessidade primeiro! Preciso de fazer algo por mim, e preciso de começar já hoje, e não "quando tiver tempo". Pois só estando num estado de tranquilidade comigo, conseguirei estar calma, serena e paciente com eles!



Parece que às vezes ouvimos as coisas, elas fazem sentido, até sabemos que são assim, mas não as conseguimos colocar em prática... Ouvimos 1, 2, 10, 50 vezes, e fazem sentido, mas parece que é um sentido mais racional, e um dia voltamos a ouvir, exatamente a mesma coisa, exatamente a mesma mensagem, e nesse dia no entanto há qualquer coisa de diferente... nesse dia, só nesse dia, parece que conseguimos sentir a mensagem... nesse dia deixa de ser um conhecimento teórico, e parece que o conseguimos integrar, parece que "txaram... é mesmo isto!!"


Porquê nesse dia?

Não sei... talvez só nesse dia, estivéssemos realmente preparados para receber verdadeiramente a mensagem e integrá-la com todos os sentidos!



Por isso, toca a reorganizar a agenda diária, para um tempo Só e Exclusivamente para mim! Porque, de momento, essa é uma necessidade que preciso de satisfazer.  


Também sentem essa necessidade?
Também sentem a importância destes "momentos Txaram"? Dos insights?

Fotos: 1- nugroho dwi hartawan por Pixabay; 2- Mel por Academia de Parentalidade Consciente