segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

E o Natal já passou...

E o primeiro Natal contigo chegou ao fim... olho para ti e de momento dormes profundamente, como se fosses dormir até os raios de sol te despertarem. Mas desconfio que não será assim o desenrolar da nossa noite; primeiro porque ainda não tivemos nenhuma noite dessas, e segundo porque tens estado demasiado inquieto!


E o primeiro Natal contigo chegou ao fim,e foi bem diferente do que esperava, desejava, ansiava. Tenho que confessar que me soube a pouco, passou demasiado a correr... tiveste uma noite terrível e acordaste constipado. Calculo que preferisses ficar "sossegadinho" em casa, sem andar de "colo em colo", mas era Natal e por isso, mesmo assim, tentámos chegar a todo o lado, estar com todos, mas tu não estavas nos teus dias e foi impossível saborear verdadeiramente o Natal, como tanto gosto... bem sei que agora quem dita as regras és tu, que temos que andar ao teu ritmo, e que se tu não estiveres bem, nenhum de nós está, e por isso jantámos em modo apressado e viemos para casa o mais rápido possível... e agora dormes como se nada fosse! Se ao menos essa tranquilidade te pudesse acompanhar durante toda a noite! 

Este ano ainda não ligaste a nada. Não sabes o que é o Natal, nem tão pouco te importaste com as prendas, mas recebeste miminhos de todos, e isso é o mais importante. Para o ano espero que comeces a sentir um pouco mais desta magia que me abraça, e que sejas também abraçado por ela. 

Foto:  Mel

domingo, 24 de dezembro de 2017

Feliz Natal!

Natal! Desde que me lembro que gosto do Natal. Gosto das músicas, dos enfeites, das cores, das luzes, dos cheiros, dos doces, da magia que se sente... mas gosto principalmente do aconchego do lar. Da ideia da família reunida, sem grandes preocupações, tentar, pelo menos por uma noite e um dia, estar presente. 
Não gosto do consumismo exagerado que rodeia a época, porque muitas vezes, mais do que o estar presente, preocupamo-nos com os presentes que temos para comprar, mas gosto da troca de prendas. Gosto de dar prendas e de ver a cara da pessoa quando a recebe, tentar perceber se realmente acertei e gostou, ou se foi um pouco ao lado (o que por vezes acontece...)... e sim, também gosto de receber... 

À medida que os anos passam, inevitavelmente vamos sentindo o Natal de forma diferente... quando esperamos ansiosamente pelo Pai-Natal, quando deixamos de acreditar nele e só queremos os presentes, quando estar com a família é uma seca e queremos é que passe para irmos ter com os nossos amigos, quando o que queremos novamente é apenas estar em família e com a família. 

Com o passar do tempo a nossa família também vai mudando... membros que partem, e nos deixam um vazio, sempre um pouco maior nestas épocas, novos membros que surgem e nos enchem de alegria. Este ano sem dúvida vai ser um Natal diferente, o primeiro em que o centro do meu Natal não sou eu, mas o meu pequenote, o primeiro Natal em que sou mãe, sua mãe! Bem sei, que ele ainda não liga a nada... não liga à árvore de Natal, nem às luzes, tão pouco aos presentes... mas a mim enche-me o coração poder olhar para ele e para a minha barriguinha proeminente, e não podia pedir melhor prenda do que ter um ao colo e saber que com o outro tudo está bem! É o melhor presente de todos!


Não sei como eles vão ser quando crescerem, nem tão pouco se irão gostar desta quadra, mas gostava de lhes conseguir transmitir tudo o quanto o Natal significa para mim, e como a sua chegada me enche o coração de Amor. Não quero que o Natal seja apenas sinónimo de presentes, apesar de esperar que os consigam sempre ter, mas que o estar em Família seja tão importante para eles como o é para mim.  Que eles tenham sempre uma família onde pertençam e se sintam em casa, porque casa é mais um sentimento do que um lugar... 

Foto: Mel 

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A erupção dos dentes decíduos provoca sintomas?


Alguns bebés passam pela fase da erupção dentária sem qualquer tipo de sintomas, contudo na maioria das crianças a erupção dos dentes decíduos é precedida de um aumento de salivação e de uma necessidade de colocar a mão e os dedos na boca.

A presença de sintomas relacionados com a erupção dos dentes decíduos é muito controversa, não havendo um consenso entre pediatras, dentistas e pais. 

A maioria dos pais associa alguns sintomas a esta fase:

  • desconforto/dor
  • aumento da salivação 
  • irritabilidade
  • gengivas inchadas e sensíveis
  • necessidade de levar tudo à boca para roer ou esfregar a gengiva
  • falta de apetite
  • sono agitado
Há autores que defendem que estes sintomas, descritos pelos pais, e outros, tais como febre, diarreia ou corrimento nasal também estão associados a este processo, contudo há poucas bases cientificas para os relacionar. Estudos recentes demonstraram  que embora possa haver um ligeiro aumento da temperatura corporal aquando da erupção dentária, uma verdadeira febre, não estará relacionada com a erupção, mas terá outra causa subjacente.

Outros autores porém defendem que por se tratar de um processo fisiológico, a associação com febre e distúrbios sistémicos não é justificada.

Para nascer, os dentes têm que romper a gengiva, e eu acredito que durante este processo ocorram manifestações locais, tais como um aumento da salivação, uma inflamação gengival que cause algum desconforto e até dor, o que faz com que a criança fique mais irrequieta e irritada, e com menos apetite. 

Cada novo dentinho que nasce, vai sendo menos doloroso. Os mais difíceis são os primeiros, pois é uma experiência nova e pouco agradável para o bebé. 

O que podemos fazer para ajudar a aliviar o desconforto?


Para aliviar este desconforto e para ajudar a acelerar o rompimento da gengiva podemos:
  • usar mordedores -  alguns podem inclusive colocar-se no frigorífico (não no congelador) o que ajuda a diminuir a inflamação
  • dar-lhe alimentos duros para trincar e "esfregar" as gengivas (vigiando sempre, de modo a evitar um possível engasgamento)
  • dar-lhe alimentos frios - como por exemplo palitos de maçã ou de cenoura colocados previamente no frigorífico (cortados com um tamanho adequado à idade da criança e mais uma vez vigiando de modo a evitar um possível engasgamento)
  • usar um dos nossos dedos (devidamente lavado) e fazer uma pequena massagem na gengiva - massajando a gengiva firmemente provoca um alívio momentâneo 
  • caso a salivação excessiva cause irritação da pele em torno da boca, será também importante hidratá-la com um creme adequado 
Normalmente estes sintomas são temporários e desaparecem passados alguns dias.



Imagem 1 - em pxhere

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Dia 13, nem sempre um dia mau!

E os dias das notícias finais finalmente chegaram... falo no plural, pois ontem foi dia de repetir a ecografia e hoje dia de saber os resultados finais da amniocentese!

Ontem: 4 horas de espera e eis que finalmente me chamam. 
É verdade que em casa vou conseguindo gerir o stress e a ansiedade. É verdade que quando soube que teria de aguardar 15 dias para saber os resultados fiquei em pânico... como ia passar 15 dias sem saber o que se passava aqui dentro? Se estava tudo bem com a minha bebé? Como ia conseguir gerir o stress e a ansiedade? Como ia evitar que o medo se apoderasse dos meus pensamentos? Como ia conseguir dormir? Mas, para meu espanto até que me consegui controlar, consegui manter a esperança e acreditar que tudo estava bem, e tenho de admitir que estas duas semanas correram bem melhor do que eu esperava (sem dúvida que a meditação teve um papel fundamental). Mas a espera no hospital... essa leva qualquer certeza, qualquer esperança... surgem todas as dúvidas, todas as questões, todos os medos... todos os e se??!! e acreditem que 4 horas dá para muitos e ses!!!
Mas finalmente o meu nome ecoou e lá entrei para a ecografia. Deitei-me na marquesa com um nó na garganta, o coração aos pulos e a tremer um bocadinho (o mesmo médico: pouco simpático e atencioso - que não ajuda a cortar o gelo, mas que pelo contrário fabrica mais) - mas hoje as notícias eram boas: 
- Isto hoje está melhor. A sua bebé engordou um bocadinho, já está acima do percentil 10.  
Boa, senti que voltava a respirar! Sem dar conta estava completamente contraída e a reter o ar. Hoje as notícias foram as melhores, já só falta a etapa final: amanhã!

E hoje voltámos... hoje a espera foi muito menos longa, mas nem por isso menos dolorosa. Náuseas, aperto no estômago, aperto na garganta, mãos transpiradas, coração acelerado... foi assim que mais uma vez entrei na sala de consulta... mas mais uma vez as notícias foram positivas:
- Todos os testes cromossómicos feitos vieram com resultado negativo, aparentemente está tudo normal, a bebé cresceu, por isso só tem que continuar a fazer repouso, uma vida mais tranquila, sem grandes esforços e tem tudo para correr bem!

Acho que me faltam as palavras para descrever o que se sente. Acho que é um misto muito grande de sentimentos, uma grande descarga de adrenalina, mas acima de tudo um grande alívio... não poderia estar mais feliz! É a melhor prenda de Natal que poderia pedir. 
Agora é só cumprir as recomendações médicas: não stressar, repousar, não me esforçar e tenho a certeza de que tudo vai correr bem!
Só por hoje acredito! :)

Queria só deixar um abraço apertadinho a todos os casais que infelizmente não tiveram tão boas notícias. Muito sinceramente não consigo imaginar o que é estar do outro lado, a angustia que se deve sentir quando os nossos piores receios se tornam realidade, quando não está tudo bem com o nosso bebé... acho que não há palavras que consigam confortar, pelo menos no momento, e por isso deixo apenas um abraço muito forte, muita força e coragem!!

Fotos: 1 - Ben White em visualhunt, 2 - Fifaliana em pixabay

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Quando é que devo esperar o primeiro dentinho do meu bebé?

Apesar dos nossos bebés nascerem desdentados e assim continuarem até cerca dos 6 meses (idade variável), a formação dos dentinhos começa bem cedo na barriga da mamã,  por volta da 6ª semana de vida intra-uterina.

Os dentes decíduos, também conhecidos como dentes de leite (devido à sua cor muito branca), são 20:
 - 10 superiores
 - 10 inferiores 


(sendo que em cada um dos lados direito e esquerdo temos, da linha média para a parte posterior da boca: incisivo central, incisivo lateral, canino, 1º molar e 2º molar).


Qual a ordem em que nascem os dentinhos?

A cronologia da erupção dos dentes (tanto os decíduos como os permantes) pode variar muito, sendo maioritariamente aceite que se inicia com os incisivos centrais inferiores por volta dos 6 meses. 
Há uma tendência para o incisivo central e segundo molar erupcionarem primeiro na mandíbula (maxilar inferior), enquanto o resto dos dentes erupciona primeiro na maxila (maxilar superior).

A ordem mais frequente de erupção é:




Contudo, como disse anteriormente, podem ocorrer diversas variações, sendo a genética um dos factores mais importantes. 

Podem ocorrer variações de até 6 meses entre a erupção do dente direito e esquerdo. Se passado esse tempo o dente não nascer, será melhor consultar um dentista, para  verificar se haverá algum factor que o esteja a impedir de erupcionar, ou se há algum outro tipo de problema. 

Ocorrem variações também no que respeita ao sexo, havendo estudos que demonstram uma ligeira tendência para uma erupção mais precoce nos rapazes, contudo o seu período médio de erupção é maior do que nas raparigas (que iniciam mais tarde e terminam mais cedo). 

Normalmente por volta dos 2 anos e meio a dentição decídua está completa e mantém-se em média até os 6 anos (idade que mais uma vez pode variar), altura em que nasce o primeiro molar definitivo, e se dá inicio à dentição mista.

1 e 2 - imagem modificada de Persian Poet Gal at English Wikipedia em Wikimedia Commons, 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Dentinhos

Desde pelo menos os 3 meses (ou talvez até um pouco antes) que o Pedrinho se começou a babar intensamente e a levar as mãos à boca, toda a gente dizia “são os dentes”, “ah, isso é dos dentes que estão para nascer”… achei que era um pouco cedo ainda, as gengivas não me mostravam qualquer tipo de sinal, pareciam uma lâmina, continuavam fininhas, mas a verdade é que nunca tinha acompanhado o romper dos dentes de um bebé, era também para mim uma novidade (como tudo o que respeita a maternidade e este novo papel). 
Os meses foram passando, a baba continuava a sair intensamente e para além das mãos e dos dedos, qualquer objecto era de imediato levado à boca. Como se o seu único objectivo de vida fosse colocar TUDO o quanto existe na boca. 
Os seis meses chegaram e as gengivas continuavam iguais… dos dentes nem sinal!! Se um dia ele estava mais irritado e menos paciente, como a baba continuava e os dedos na boca também: “ah isso são os dentes….”. Os dentes, sempre os maus da fita!!! 
Mas as semanas continuaram a passar, rapidamente chegámos aos nove meses, e dos dentes nem sinal… Não é que seja propriamente fácil observar a boca de um bebé, pois ele não é propriamente colaborante, não abre e deixa espreitar bem, nem analisar, tem que ser tudo muito a correr, mas continuava a não notar grandes alterações na gengiva.
Confesso que observava principalmente o maxilar inferior, pois "é sabido" que os primeiros dentes a romper são os incisivos centrais inferiores… claro que no corpo humano nada é exacto, não há certezas absolutas, há apenas estatísticas, médias e desvios. E enquanto eu continuava muito atenta ao maxilar inferior, eis que no maxilar superior se começa a notar uma ligeira inflamação gengival - gengiva ligeiramente aumentada, mais vermelha, e com uma certa linha branca “no horizonte”. 
Bolas, como é possível ele começar a erupção pelo maxilar superior e eu nem dar conta?? Pois, tenho que admitir que estava tão focada no inferior, que me escapou que os dentes estavam a começar a erupcionar mas em cima… foi o pai que me disse:
 - olha acho que os dentes estão a começar a nascer
- Não me parece, tenho andado atenta e a gengiva continua na mesma, fininha e sem sinais de dentes. Olha aqui (apontando para o maxilar inferior). 
- Não, mas não é aí, é em cima, olha aqui (e fazendo o Pedrinho rir, lá observei as alterações…). 
Sim, realmente os dentes estavam a chegar… como pude estar tão focada no considerado normal, que me esqueci que podem ocorrer variações?? Senti-me um bocadinho “incompetente”, e decidi ir pesquisar… seria assim muito comum esta variação? Seria mais comum do que eu pensava os dentes superiores erupcionarem primeiro do que os inferiores? 
Não foi um dado muito fácil de encontrar, pois a maioria da literatura diz apenas que a erupção dos dentes de leite se inicia com os incisivos centrais inferiores por volta dos 6 meses. Mas encontrei um estudo feito na população espanhola (que de todas as que encontrei, seria a mais semelhante à nossa), que concluía que “a erupção de um incisivo lateral superior antes de pelo menos um incisivo central inferior ocorreu em 9,3% dos rapazes e 12% das raparigas”, ou seja numa pequena percentagem da população estudada os incisivos superiores erupcionaram antes dos inferiores”. Outro estudo, desta vez no Brasil, mostrou que nos rapazes o primeiro dente a erupcionar com mais frequência foi o incisivo central superior esquerdo, enquanto nas meninas foi o incisivo central inferior esquerdo. 
Pronto, o Pedrinho está nesta percentagem que iniciou a erupção pelo maxilar superior, ensinando-me desde logo a lição de que não posso estar apenas à espera que os acontecimentos ocorram pela norma… há excepções e ele pode fazer parte delas! Há que estar atento a todos os pormenores e não generalizar! 
E confesso que para além dos sinais locais, como a inflamação gengival, não notei nenhuma alteração sistémica ou comportamental no Pedro... não notei que tenha ficado mais rabugento ou irrequieto, não teve alteração do apetite e não fez febre. Não sei como será com a erupção dos próximos, mas para já, nenhuma alteração a referir.

E aí por casa, com os vossos bebés, como correu esta fase?

Fotos: 1- collusor em pixabay 2- Chrisbwah em Wikimedia Commons 3- Clker-Free-Vector-Images em Pixabay

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Boas notícias

E chegou o primeiro dia de resultados. 

Confesso que passei a semana mais tranquila do que esperava. Não andei a contar os dias nem as horas para a consulta e consegui dormir mais ou menos (dentro do que o Pedro me permite...). Tentei cumprir as indicações médicas: repousar, comer melhor, não me enervar nem stressar, não fazer esforços e não pegar no Pedro ao colo (confesso que esta é sem dúvida a mais complicada de todas... como não o pegar ao colo??!).

Por norma sou um bocadinho apressada e impaciente, tudo o que seja esperar é incompatível com calma, mas acho que posso afirmar que a meditação me tem ajudado a acalmar um pouco e a manter-me mais focada no presente. Não sou ainda uma grande meditadora, muito menos um buda que com a força da meditação tudo consegue, mas passada esta semana de grande agitação interior e medo, posso afirmar que sem dúvida nenhuma a meditação me ajudou a acalmar e a passar o tempo de forma mais tranquila. 

Ajudou até chegar à maternidade e me sentar à espera que o meu nome fosse chamado... aí a ansiedade e o receio voltaram em força... o coração acelerou, as mãos ficaram húmidas rapidamente e os pensamentos começaram a voar... os e se que estiveram muito arrumadinhos durante toda a semana começaram a surgir, e fiquei novamente de frente para o medo! A espera... essa terrível inimiga!

Mas finalmente a minha vez chegou, chamaram o meu nome e entrei no consultório. "Tenho boas noticias" começou a médica, "Com toda a certeza o seu bebé não tem trissomia 21, 18 ou 13; e com toda a certeza é uma menina, pois tem 2 cromossomas X". Tendo tido um rastreio de baixo risco no primeiro trimestre, em que estes mesmos cromossomas foram testados, a probabilidade de darem novamente negativos era alta, contudo continuavam a ser Boas notícias... e por hoje pude sair da maternidade com um sorriso nos lábios, e um pouco mais sossegada, pois agora deixou de ser uma probabilidade de não ter estas patologias, para uma certeza... é claro que ainda faltam muitos resultados, e a possibilidade de existir alguma patologia ainda é uma realidade... mas pelo menos durante mais uma semana, vou acreditar que tudo está bem, que a minha pequenina é saudável e vai crescer... só precisa de um pouco mais de atenção e carinho e tudo vai correr bem!

Foto: Pexels em Pixabay

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Quem sou eu?

Esta pode ser uma pergunta complexa para a qual ainda busco uma resposta, ou pode ser uma pergunta mais simples à qual posso responder com muita informação (mas vou resumir). 

Chamo-me Ana Luísa e nasci no Outono de 1983 em Portugal.
Entre muitas outras coisas sou filha, irmã, esposa, amiga, dentista e mais recentemente mãe. 

Tenho um bebé, o Pedrinho com 9 meses, e estou grávida de um segundo rebento, ao que tudo indica uma menina. 

Poderia ser eu, mas os meus olhos são castanhos :)
Foi este papel mais recente que me fez criar este blog. Com ele pretendo partilhar um pouco da minha experiência no mundo da maternidade (leia-se desabafar), das minhas dúvidas e um pouco do que vou lendo, e quem sabe aprender muito mais contigo. 

Pensei em criar este cantinho há já algum tempo, mas os primeiros meses de maternidade não me deixaram muito tempo livre e só agora, me tenho conseguido organizar melhor, de modo a conseguir um tempinho para mim, para ler e escrever. Não sei durante quanto tempo, pois com a nova perspectiva de mudança familiar, as rotinas mudam de novo e os horários serão de novo caóticos, tenho a certeza... 

O meu maior objectivo é que os meus filhos tenham uma infância feliz, que cresçam e se tornem adultos independentes, confiantes, seguros e estáveis (tudo aquilo que eu não sou :D ).

Gosto de ler, de escrever, de ouvir música, da natureza, de viajar e de abraços apertadinhos… não gosto de barulho, confusão, tristeza, poluição, conflitos, gritos e trovoada!

Se tiveres um tempinho e histórias para partilhar, vai passando e entrando aqui na minha nova casa. 

Sejam todos muito bem vindos! :) 


P.S. Chamo-me Ana Luísa, mas assino como Mel*. 
Mel* foi o nome pelo qual a minha irmã me começou a chamar há algum tempo atrás; nome que gosto e que adoptei como meu também, principalmente no mundo virtual. 

Foto: StockSnap em Pixabay

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Amniocentese

Dizer que estou mais calma não é propriamente correcto, mas é o objectivo major para os próximos dias. Repouso e no stress, são as recomendações da médica. 

Lá voltei hoje à maternidade, para a tão aguardada consulta de DPN (Diagnóstico Pré-Natal). Tenho que agradecer a rapidez com que esta aconteceu, pois passaram apenas 2 dias, desde que foi pedida (mas 2 dias com sabor a 10). Eu sabia que seria para realizar mais exames, talvez repetir a ecografia e que dificilmente sairia com um diagnóstico, mas tinha alguma esperança de poder saber já alguma coisa nova. 

Entrei no consultório, ouvi a médica e ela recomendou que se fizesse uma amniocentese -"amniocentese é um método de diagnóstico pré-natal que consiste na aspiração transabdominal duma pequena quantidade de fluido amniótico da bolsa amniótica, que envolve o feto. É tipicamente aconselhada aos pais perante a probabilidade de deformações genéticas durante a gravidez" (wikipédia). 

Isto era praticamente tudo o que sabia acerca da amniocentese (e que tem um risco mínimo de provocar aborto, mas este risco é tanto maior quanto mais precoce for o exame). Disse que sim, que se é o necessário para saber o que se passa, bora lá... mas fiquei um bocadinho apreensiva... mal ouvi a palavra amniocentese na minha cabeça surgiu logo a imagem de uma agulha e seringa gigantes a espetarem a minha barriga e eu a contorcer-me de dores...espetar uma agulha na barriga, isso vai doer muito com certeza!!! 

Mas não, não doeu... não poderia estar mai enganada! Primeiro não é uma agulha gigante, é sim uma agulha bem fininha, e segundo mal senti a agulha a entrar. Aproveitei uma vez mais para olhar o monitor da ecografia (pois ao mesmo tempo que a médica escolhe o melhor local para inserir a agulha, tem que monotorizar o bebé, pois não o pode atingir) e observar o meu bebé e o seu coraçãozinho acelerado, que de imediato acelera também o meu, como se batessem em uníssono.

E mais uma vez a espera.... 8 dias para os resultados preliminares (ou para as patologias mais comuns como a trissomia 21, 18 ou 13) e 15 dias para os resultados finais... mais 2 semanas sem saber realmente o que se passa... mais 2 semanas de stress e angustia (apesar do stress ser algo proibido).. 14 dias... 336 horas... 20160 minutos... 1209600 segundos.... 

Resta-me continuar a meditar, a pensar positivo, a acreditar que tudo está bem e a passar muita energia e muitos pensamentos positivos para o meu bebé, porque enquanto não souber mais nada, tudo pode estar realmente bem. 
Só por Hoje: Acredito!

Fotos: 1- iirlinnaa em pixabay 2- geralt em pixabay 



quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Só por Hoje... Confio!

Só por Hoje Confio! É um dos 5 princípios do Reiki, e talvez para mim o mais difícil de pôr em prática. Não sei se é falta de fé, falta de auto-estima, falta de confiança, mas o confiar no universo, na vida, no seu percurso é-me difícil… confiar que não tenho que controlar tudo para que as coisas aconteçam da melhor forma, e que na realidade estas podem acontecer de forma positiva só porque é o que tem que acontecer, é-me difícil… mas tem sido o meu pensamento do dia. Tenho feito um esforço sincero para acreditar que tudo vai correr bem! Tenho meditado
bastante desde ontem, para tentar manter a calma, e não perder o foco; para acreditar que vai estar tudo bem com o meu bebé, que nada de grave se passa… amanhã vou ter novamente consulta, para fazer mais exames. Estou ansiosa, nervosa e com receio, mas por trás espreita de vez em quando a palavra “Confia!” E acho que apesar de tudo, tenho-me conseguido aguentar melhor do que esperava e melhor do que costumo… 

E se não estiver tudo bem? Não quero pensar nisso, mas de vez em quando lá vou pensando… e se não estiver tudo bem? O que é que eu faço? Tenho que aceitar?! Tenho que aceitar porque se aconteceu assim é porque tem que ser?! 


Só por hoje vou confiar… é o melhor que posso e tenho a fazer (até porque para já não há nada melhor que possa fazer!!)

Foto: coco parisienne em pixabay

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Surpresas... nem sempre as melhores!

Estava ansiosa que o dia de hoje chegasse, estava desejosa de fazer a ecografia. Todos estavam também curiosos para saber o sexo do bebé. E cada vez que me perguntavam isso, na minha cabeça só ecoava o mais importante é saber se está tudo bem… não queria ir sozinha, sentia que precisava de companhia… mas a hora da eco chegou, e estava sozinha… entrei na sala e encontrei mais uma vez o Sr. Dr. que não queria - “ele é muito bom médico, e é isso que interessa”, pois, ele pode ser um óptimo médico, mas não prima pela simpatia e deixa-me nervosa… faz o exame calado, passam-se muitos minutos sem que ele diga uma única palavra, e passa o tempo a bufar e a abanar a cabeça… acho que deixa qualquer um à beira de um ataque de nervos… nós estamos ali deitadas, a olhar para o ecrã, a acompanhar os passos, mas na verdade a maioria de nós não os consegue interpretar, precisamos de um feedback, precisamos que o médico vá partilhando o que vê connosco…. - mas não podia fugir e tive que me deitar na marquesa mesmo com ele! 

Gel fresquinho na barriga e a sonda a fazer milagres e a mostrar-me o meu bebé… vou tentando acompanhar as imagens, a cara, a coluna, e de repente o coraçaozinho a bater, o meu coração deu um pulo e acelerou, os olhos humedeceram e fiquei realmente emocionada… aquele coraçãozinho indicava que aquele ser tão pequenino estava vivo dentro de mim, senti o coração cheio de um amor enorme. Devem ter passado uns 15-20 minutos quando o médico disse que me podia levantar. Perguntei se estava tudo bem, e ele respondeu que aparentemente sim. Uffa… era tudo o que eu queria ouvir, a minha ansiedade afinal não tinha motivo, podia respirar de alivio! 

Mas esta sensação durou muito pouco, talvez menos de um minuto, porque mal ele olhou para o ecrã do computador disse que uma medida não estava muito bem, que se devia ter enganado a medir, e pediu para me deitar de novo na marquesa.. mais gel frio na barriga, mas desta vez o frio era não só na pele, mas sentia mesmo um frio na barriga, daqueles bem internos e que nos deixam um nó na garganta… mais observações, mais medições e noticias menos boas… afinal não estava tudo aparentemente bem… afinal as medidas estão fora do padrão… afinal há qualquer coisa que não está correcto… afinal o meu bebé pode não estar assim tão bem (mas como se o coraçãozinho estava a bater tão feliz??!)…

mas o que se passa??!! O que tem o meu bebé? Está muito pequenino, estas medidas estão fora dos parâmetros… pode aguardar lá fora que eu vou falar com a sua médica!
A médica tentou manter um ar calmo e explicar, o que aparentemente ela também não conseguia explicar, pois parece não haver uma justificação para estes valores… pode ser um erro de datação do bebé, ou pode ser algum síndrome ou alteração cromossómica.. alteração cromossomica?! Patologia genética?! Uau… Espera, a partir daquele instante penso que não ouvi muito mais… aquelas palavras ficaram a ecoar na minha cabeça, e o resto da consulta está envolta num pouco de névoa… 


São 4:17 da manhã e não consigo dormir… o que se passa com o meu bebé? Esta ignorância é o pior, o não saber é muito complicado de gerir… muitas imagens passam pela cabeça, muitos cenários, e sim, a maioria deles não é positivo nem animador. Será que foi apenas um erro de cálculo, o bebé tem menos tempo do que o inicialmente estimado e está de perfeita saúde ou será que o tempo calculado está correcto e tem um problema? Será um problema tratável ou será grave e com consequências avassaladoras? Não sei… e só me resta aguardar….

Fotos: 1 - Unsplash em visualhunt 2 - visualhunt

domingo, 19 de novembro de 2017

Voltar a escrever

Eu gosto de escrever… nunca me é fácil começar ou encontrar as palavras mais adequadas para tentar transmitir o que sinto, mas gosto de escrever. É a melhor forma e a mais sincera que tenho de falar comigo própria e de transmitir o que sinto. 

Se não me engano foi em 2008 que “encontrei” o meu primeiro espaço virtual, o meu primeiro cantinho, onde me refugiava sempre que necessitava de comunicar e de desabafar, e aos poucos esse cantinho transformou-se no meu refugio, na minha casa. Mas nestes quase 10 anos tanta coisa mudou, a vida mudou, eu mudei, já não estou sozinha e independente, comecei uma família, esta aumentou e agora chegou a altura de encontrar um novo refugio, uma nova casa; um espaço acolhedor, mas maior, mais luminoso, um refugio onde reine a tranquilidade e a felicidade.
Sei que isso não será assim uma tarefa tão simples, porque a paz e a paciência vão faltar algumas vezes, tenho a certeza (com crianças pequenas em casa, não tenho ilusões), mas quero conseguir ter a capacidade de as trazer de volta o mais rapidamente que conseguir. 


Quanto à felicidade, continua a ser um objectivo major na minha vida, tem sido uma busca constante nos últimos 10 anos, tem sido o pano de fundo da minha caminhada. Mas sinto que tem sido uma caminhada com sentido, e que acima de tudo tem dado frutos, pois contribuiu para um grande crescimento interior e emocional. Estou tão mais Feliz e Equilibrada agora… sei que tenho ainda um grande caminho pela frente, é uma luta diária e constante (porque infelizmente não tive a sorte de nascer com os genes da felicidade assim tão activos, mas apesar disso sei que 40% da minha felicidade depende de mim, dos meus pensamentos e das minhas atitudes, e 40% ainda é um número considerável); mas agora esta luta é ainda mais importante, porque tenho a responsabilidade de educar um ser, e tudo o que fizer terá consequências não só para mim, mas para alguém que irá aprender comigo, com o meu exemplo. E acima de tudo quero que o meu filho seja FELIZ!! Sei que não é uma tarefa fácil, mas acredito que aos poucos, pasito a pasito, vamos caminhando nessa direcção (ou pelo menos, quero fazer o que estiver ao meu alcance para que isso seja possível)… e o primeiro passo é acreditar!!

Foto: Cathryn Lavery em visualhunt