segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Parabéns a você :)


1 ano! Estamos de parabéns pois assinalamos hoje o nosso primeiro aniversário, e apesar de eu adorar comemorar aniversários hoje não me sinto particularmente festiva. 

Primeiro porque foi um dia imensamente cansativo. Doem-me as costas (hoje, tal como a maioria dos dias), mas é principalmente um cansaço mental: 

- o Pedro chora! Melhor, o Pedro chora muito... chora sempre que é contrariado, o que acontece com alguma frequência, porque na sua ânsia de experimentar e descobrir o mundo, está sempre a tentar fazer coisas que não pode, ou não deve (pois pode magoar-se ou magoar alguém - infelizmente esta casa ainda não está preparada para ele)...

- a Luísa grita! A Luísa chora... A Luísa passou o dia a chorar, pois chorava e gritava sempre que não estava ao colo.. confesso que apesar de não ter feito praticamente mais nada senão dividir a atenção entre a Luísa e o Pedro, não consegui estar o dia todo com ela ao colo.... o que fez com que passasse uma parte considerável do mesmo a chorar ou a gritar!

Neste momento ambos dormem, o silêncio reina pela casa, contudo ainda os estou a ouvir... dentro do meu cérebro os seus gritos continuam a ecoar... e isso continua a consumir a minha energia e a deixar-me esgotada....

Em segundo lugar, também não me sinto com grande vontade de comemorar, pois têm sido poucas as vezes que tenho vindo escrever... com os dois pequenos em casa o dia inteiro, simplesmente não consigo! Não tenho oportunidade sequer de abrir o computador.... quando eles finalmente dormem os dois e poderia aproveitar para escrever: ou adormeço com eles (o que não é raro acontecer), ou aproveito para dar um boost nas tarefas domésticas, ou é quando tenho a oportunidade de tratar das "minhas obrigações" (pagar contar, responder a emails, etc) ou simplesmente aproveitar para não fazer nada durante uns minutos... 

Nestes últimos meses não consegui escrever. Penso nisso tantas vezes... programo "logo à noite tenho que ir escrever", mas depois a noite chega, passa, e mais uma vez não escrevi... e sinto-me um bocadinho triste, porque escrever faz-me bem... é uma espécie de catarse (acreditem que já estou muito mais calma agora do que quando comecei a escrever, e os gritos estão cada vez mais ao fundo... o silêncio começa a ganhar terreno!). E é por isso que escrevo, essencialmente porque me ajuda a recuperar um pouco o equilíbrio e me traz paz! 

Assim, apesar de ter escrito muito pouco neste último ano, sinto que devo comemorar este primeiro aniversário! Porque no ano que se avizinha quero vir cá muito mais vezes, e quero que continue a ser um cantinho para me encontrar comigo (e contigo se quiseres),  para me ajudar a encontrar o equilíbrio.

Foto: TheVirtualDenise em Pixabay

domingo, 11 de março de 2018

Sinto-me a pior mãe do mundo quando...

... ligo a Tv para o Pedro ficar entretido de modo a que eu consiga fazer alguma coisa!

O "Panda e os Caricas" foi primeiro "programa" que lhe captou a atenção na Tv. A música, as cores, o movimento, parecem exercer um efeito hipnótico e desde alguns meses a esta parte que o consegue manter entretido... quando preciso de comer, fazer alguma tarefa, quando está muito chorão e rabugento o Panda acaba por ser um enorme aliado, porque o consegue acalmar e entreter (na maioria das vezes)...  

- Óptimo! Um programa que o consegue entreter durante horas, estás como queres... ele fica entretido colado à Tv e tu podes fazer o que quiseres!

Sim, poderia ser óptimo, se eu achasse que a Tv nesta idade poderia ser benéfica... mas eu não acho isso, muito pelo contrário, parece-me uma estimulação excessiva, para o cerebrozinho em formação e que tenta absorver tudo o que está à volta! Acredito mesmo que ver Tv nesta idade pode ser prejudicial a longo prazo... se muitas vezes eu me deito e não consigo deixar de ouvir as músicas do Panda a martelar dentro da minha cabeça, se não consigo desligar daquele som, como será que está a cabeça dele? 

E é por isso que de cada vez que lhe ligo a Tv para ele ver o Panda, me fico a sentir pessimamente como se fosse a pior mãe do mundo... mas a verdade é que sinto dificuldade em encontrar actividades que o consigam entreter e ocupar durante todo o dia, todos os dias da semana...  Tenho muita curiosidade em saber o que fazem as crianças desta idade na creche.. como ocupam o tempo? Têm actividades? Brinquedos livres que vão explorando? Entretêm-se umas com as outras? Choram e ficam por ali a chorar até se cansarem? Infelizmente acho que não conheço nenhuma educadora de infância que me tire estas dúvidas...

Mesmo não sendo educadores de infância há por aí sugestões para ocupar e estimular uma criança de um ano, que continua a ter como objectivo major colocar tudo o que apanha na boca? 



Foto: Mel

segunda-feira, 5 de março de 2018

Mãe a tempo inteiro

Hoje não foi um dos nossos melhores dias... acordei já cansada e sem grande energia... estar grávida de quase 9 meses, tomar conta de um bebé de um ano e não dormir em condições há muitos meses, tem destas coisas, deixa-me esgotada! 

Como já vos disse sinto-me uma sortuda por poder acompanhar o crescimento do meu pequeno, mas tenho também de confessar que não é fácil, pelo contrário, tomar conta de um bebé a tempo inteiro é bem difícil.... 

É um tempo precioso e adoro que ele esteja comigo. Mas é também muito duro passar 24h sobre 24h com um bebé. Bem sei que os bebés são todos diferentes, mas o Pedro sempre foi muito exigente... mamou de 2 em 2 horas até aos seis meses, sonos muito curtinhos, noites mal dormidas e sempre exigiu muita atenção, muito difícil de se entreter sozinho (talvez seja normal nos bebés desta idade, não tenho forma de comparar). 

Antes do nosso primeiro bebé nascer, quando começamos a pensar em como será a nossa vida e a nossa rotina imaginamos muitas coisas, principalmente em como vai ser bom ficarmos em casa e como vamos ter imenso tempo para fazer imensas coisas... ingenuamente pensava que ao ficar em casa para além de mãe, teria muito tempo para fazer as tarefas domésticas... pura ilusão! Não podia estar mais enganada...O Pedro exige atenção plena, uma pessoa em exclusivo para ele, e o resto das tarefas ficam para segundo plano...

- ok, mas podes fazer as tarefas de casa quando ele dorme, não?

- não... porque se fica a dormir sozinho dorme apenas alguns minutos, mini-sestas... a maioria das vezes só faz uma sesta em condições se estiver acompanhado... o que faz com que acabe por ficar com ele muitas das vezes...

O que inicialmente me deixava com um sentimento enorme de frustração... passo o dia em casa e não faço nada! Por vezes mal tenho tempo para conseguir alimentar-me... como é possível?! Sentia-me inútil tantas vezes... até que percebi que se calhar estou errada... Tomar conta de um bebé, educá-lo é uma tarefa hercúlea, como posso eu pensar que não faço nada?  E todos os dias me tento mentalizar de que faço muito! E confesso que ser mãe a tempo inteiro é muito, muito mais difícil do que eu pensei que seria...  é difícil entreter um bebé durante um dia inteiro, num mesmo espaço, pois a capacidade de concentração e de atenção deles dura poucos minutos (e muitas vezes nem a isso chega...). Tento pesquisar e pensar em actividades que possam ser interessantes para fazermos os dois, ou para o manter entretido, mas enquanto são bebés é complicado... noto agora que aos poucos tem vindo a ficar entretido durante mais tempo com as coisas, mas mesmo assim, entretê-lo durante todo o dia, todos os dias da semana, tem sido uma tarefa complicada... ainda para mais porque não posso sair de casa com ele sozinha... não o posso pegar ao colo para descermos as escadas e sair, nem posso conduzir, pelo que estamos sempre confinados ao mesmo espaço físico, o que também dificulta bastante a tarefa... 

E naqueles dias, como hoje, em que ele está mais rabugento e eu também acabo por perder a calma mais facilmente?! Naqueles dias em que choraminga e reclama a tarde inteira e não há forma de o calar? Tento respirar fundo, ter paciência, entreter, brincar, mas nada resulta e o choro e o queixume continuam por tempo indeterminado... estes dias são os mais complicados... são muitas horas sem dormir, muitas horas fechada em casa, o cansaço acaba por se apoderar de nós e a paciência foge por entre os dedos... respiro fundo, não lhe posso gritar, porque ele não vai perceber e eu só me vou sentir pior... por vezes tenho que o deixar sozinho uns segundos e ir respirar para outra divisão, e então voltar para junto dele para novamente o tentar acalmar... porque uma coisas é certa, quanto mais irritada eu estiver, mais difícil será de o conseguir acalmar... 

Não, não é fácil ser mãe! 

Fotos: 1- DieterRobbins em Pixabay/ 2- andresantanams em Pixabay 


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A privilegiada que sou

Muitas mulheres sonham com o dia do seu casamento desde crianças, crescem a pensar nele e a idealizá-lo. Algumas sonham em ser mães, sabem desde muito cedo que "nasceram para serem mães" e anseiam esse momento. Não foi o meu caso. Não cresci a idealizar ou a sonhar com o dia do meu casamento, nem ansiava ter filhos. Não que idealizasse passar a vida sozinha, pensava em ter um companheiro, talvez constituir uma família, e quando pensava nisso dizia que gostaria de ter 3 filhos, mas sem achar que algum dia ia realmente acontecer, porque no fundo achava que o papel de mãe não tinha sido feito para mim...  até que uma amizade se transformou em amor e esse amor fez crescer o desejo de criar uma nova família e um novo ser. E aconteceu... esse amor materializou-se e gerou um novo amor, o Pedrinho! 

Mas nada neste meu percurso pela maternidade aconteceu como eu pensava que iria acontecer. Uma das coisas que não planeei foi ser mãe a tempo inteiro. Nunca me tinha passado pela cabeça não trabalhar para me dedicar à educação do meu filho. Pensava em ficar em casa com o Pedrinho nos primeiros meses, talvez 3-4 meses, mas depois voltar ao trabalho, até porque tinha começado um negócio há pouco mais de 1 ano, e não me podia dar ao luxo de não tomar conta dele... mas mais uma vez estava errada. Como contei neste post um problema nas mãos impede-me de trabalhar há mais de 15 meses e desta forma não fazia sentido colocar o Pedrinho na creche, e foi assim que deixei para segundo plano o meu papel de dentista e me transformei numa mãe a tempo inteiro. 


Há dias dei por mim a pensar como era realmente uma sortuda por poder ficar com o meu filho e não ter que o colocar numa creche ou numa ama com poucos meses de idade. Num país onde a licença de maternidade se resume a 6 meses, se partilhada por ambos os pais (quando as mães não são obrigadas a voltar mais cedo, para não colocarem o seu posto em risco), eu tive o privilegio de poder acompanhar o meu bebé durante o seu primeiro ano de vida. Costuma dizer-se que há males que vêm por bem, e foi assim que passei a encarar o meu problema... o estar impedida de trabalhar, acabou por me permitir passar tempo com o meu filho (foi este pensamento que me fez esquecer a angustia de não poder trabalhar).

Na realidade nós queremos ter filhos, mas depois não temos oportunidade de os criar, de os educar... não temos tempo para o fazer! Temos que os deixar durante todo o dia com alguém (avós, ama, creche, etc) que assume o papel que deveria ser nosso, dos pais. A sociedade evoluiu de tal forma que os pais têm muito pouco tempo para verdadeiramente serem pais!! Numa sociedade em que se trabalha cada vez mais horas no "escritório" e ainda se leva trabalho para casa, onde ficam os filhos? Após um dia inteiro de labuta, que paciência temos para os nossos filhos quando, exaustos, os vamos buscar às 18h, 19h, 20h para os levar para casa, onde ainda teremos que dar banho, comida e pôr a dormir antes que seja tarde demais, porque no dia seguinte há que madrugar de novo...  talvez nessa correria de tarefas consigamos ler uma historia ou brincar um pouco antes de dormir, se por acaso ainda restar uma centelha de energia e boa disposição. 


Somos pais de fim‑de‑semana?! Sim, talvez consigamos ser verdadeiramente pais ao fim‑de‑semana! Quando há tempo para isso... porque durante o fim‑de‑semana também há tarefas que têm que ser cumpridas, há afazeres que ninguém faz por nós e que não podemos acumular porque outra semana começa e depois tudo se complica ainda mais... talvez entre uma e outra tarefa se consigam uns minutos para uma brincadeira, e pode ser que o nosso filho fique satisfeito e nos deixe sossegados o resto do tempo... 

Não suporto pensar neste cenário... não gosto desta correria louca em que se transformou a nossa vida... não é assim que quero viver, e não é assim que quero educar o meu filho! Quero ter tempo para ele, quero ter tempo de qualidade com ele... quero acima de tudo poder criar boas memórias! Quero que um dia mais tarde ele recorde a sua infância como uma colecção de bons momentos em que eu estive verdadeiramente presente.



Bem sei que a parte económica é importante e a maioria das vezes é ela que acaba por ditar as regras, pois os encargos são sempre certos e precisamos do ordenado ao final do mês para os conseguirmos cumprir, pois se não o fizermos também não conseguimos proporcionar estabilidade e conforto...  mas não seria uma mais valia para todos se os pais pudessem ter tempo para os filhos, para os educar? Não seria um investimento a pensar num melhor futuro, numa melhor sociedade e até quem sabe mais produtiva?

Da minha parte só posso agradecer o tempo que tenho passado com o meu filho, agradecer a todas as pessoas que me têm apoiado para que isso seja possível... agradecer-lhes do fundo do coração. 

Fotos: 1 - timkraaijvanger em Pixabay / 2- geralt em Pixabay / 3 - jill111 em Pixabay 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Parabéns Pedrinho!

E num piscar de olhos o Pedro fez 1 aninho!

Sei que provavelmente é um cliché dizer isto, mas realmente parece que foi ontem que me "rebentaram as águas" e dei entrada na maternidade, e puff, como que por magia 1 ano já passou... já gatinha para todo o lado, trepa aos móveis e fala numa linguagem só dele... finge que não entende quando lhe dizemos que não pode fazer ou tocar em alguma coisa, e sorri a puxar a brincadeira. 

Está sempre a tentar mexer no que é proibido, tem um fascínio por tudo o que seja electrónico e adora música, mas não toda, tem já um gosto selectivo... tem um ar maroto e adora maluqueiras! 
É um bebé bem disposto e Feliz e o seu riso enche-me o coração. 

Foi um ano de muitas mudanças, muitos obstáculos e muitas surpresas... claro que nem tudo foi fácil, mas foi um ano cheio de amor. Quando as suas mãozinhas gorduchas e pequeninas me tocam, quando olha para mim a sorrir ou quando dorme tranquilamente o amor transborda do meu peito e sinto que tudo vale a pena. 

Que privilegio ter acompanhado a sua evolução ao longo deste ano. O aprender a rebolar, a sentar, a gatinhar, a tocar nas coisas, a pegar nelas, a interagir, a "conversar"... é realmente compensador acompanhar a evolução de um bebé, ver a sua interacção com o mundo aumentar e tornar-se a cada dia mais independente... 

Li em algum lado que em média um filho demora cerca de 900 semanas até se tornar independente e sair de casa dos pais (provavelmente não no nosso país, nem na nossa conjectura financeira, mas entendo o ponto de vista, após 900 semanas estão perto dos 18 anos, e da maioridade... mesmo que longe da independência)... estas 52 semanas voaram! 

Só posso desejar que as restantes 848 passem muito mais devagar... que continue a crescer feliz e saudável... é um privilégio ser tua mãe!

E Pedrinho, por favor, não tenhas pressa de crescer! 

Fotos: 1-PublicDomainPictures Pixabay / 2- TheVirtualDenise em Pixabay 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Percalços de uma primeira gravidez

A minha ginecologista sempre me disse que iria ter dificuldades em engravidar... que poderia ser um processo difícil e que tudo indicava que iria necessitar de ajuda... assim quando começámos a falar em termos um bebé e deixei de tomar a pílula estava enraizada a ideia de que seria um processo demorado... mas a realidade é que nem foi! E quando o teste deu positivo, confesso que fiquei surpresa e assustada! E feliz... mas muito assustada! Surpresa porque teoricamente iria necessitar de algum tipo de ajuda para engravidar... e assustada porque simplesmente estava grávida!!

-Então mas não querias engravidar? Não deixaste de tomar a pílula com esse objectivo?
- Sim... mas achava que era algo que iria demorar e que iria ter tempo para me preparar... e não tive! Não estava preparada (mas será que realmente alguma vez estamos? Por muito grande que seja o nosso desejo de ser mãe, será que quando está prestes a acontecer, nos sentimos realmente preparadas?)

A minha vida estava prestes a mudar para sempre... uma das muitas coisas que me assustava em ser mãe, era o facto de ser para sempre... não é algo de que nos possamos arrepender ou desistir se as coisas não correrem bem. É um compromisso do qual não podemos fugir nunca mais. E se não estiver à altura dele? E aquela viagem à Patagónia que tanto queria fazer? Já não vai dar... ou melhor, talvez possa voltar a pensar nisso daqui a uns anos.... 

Sempre fui uma pessoa que faz planos! Admito que gosto de ter tudo planeado e organizado, mas se há algo que a gravidez me começou por ensinar é que não é possível planear nem ter o controlo de todas as situações (ou que na realidade é muito pouco aquilo que podemos controlar! Até podemos planear, mas daí até acontecer da forma que planeámos, vai uma grande diferença!)... nada aconteceu como eu pensava que iria acontecer. 

Ainda no primeiro trimestre de gravidez comecei com umas dores fortes no baixo ventre que se intensificavam bastante aquando do movimento, o que me obrigou a estar de repouso durante todo o mês de Agosto... passei o verão bastante quietinha e sem grandes esforços... melhorei e com algumas restrições consegui voltar ao trabalho; mas por pouco tempo... comecei a ter muita dificuldade em dormir devido a dormência e dor nas mãos e braços. De manhã acordava com as mãos super inchadas e com rigidez e demorava cerca de 5 minutos a fazer exercícios de abertura e fecho até conseguir cerrar o punho... esta situação foi-se agravando, e se inicialmente acontecia apenas durante a noite, passado algumas semanas já se apresentava também durante o dia, até que começou a interferir com o meu trabalho e no 5 mês de gravidez deixei de conseguir manusear os instrumentos e de conseguir trabalhar... dormência constante, dores que me faziam chorar e incapacidade para realizar as tarefas mais simples - deixei de conseguir escrever, conduzir, comer era feito com pausas constantes e cortar a carne era por vezes impossível... Síndrome do Túnel Cárpico dizem os médicos...nada a fazer para já, cirurgia após o parto...


No inicio fiquei devastada, desesperada até... sou dentista, preciso do movimento fino e controlado das mãos para conseguir fazer o meu trabalho... tinha aberto clínica há 1 ano...  como poderia manter a minha clínica viva ainda tão no início e fazer face a todas as despesas, profissionais e pessoais sem poder trabalhar? Despesas essas que estavam prestes a aumentar com a chegada do novo membro? Confesso que não foi fácil de aceitar, mas após muita introspecção, meditação e auto-controle tive que o fazer... demorei algumas semanas a perceber e a aceitar que não me adiantava ficar triste e revoltada se nada podia fazer para reverter a situação... restava-me aceitá-la e encará-la da melhor forma possível.. até porque estava grávida, e não convinha andar triste e deprimida... e a partir do momento em que aceitei que era assim, comecei a focar-me nas soluções e não no problema, e consegui fazer essa inversão de pensamento. Deixei o pensamento no trabalho para segundo plano e dediquei o pensamento ao meu bebé e ao seu bem estar. Primeiro do que tudo interessava que a gravidez chegasse ao final, que o parto corresse bem e o Pedrinho nascesse forte e saudável. Depois, pensaria em tratar dos pulsos... tinha esperança de que a situação se revertesse após o parto. De que a cirurgia não fosse necessária... 

O Pedrinho nasceu, mas seguiu-se a amamentação... e de seguida nova gravidez, pelo que os tratamentos para os pulsos continuam fora de questão... o quadro não se reverteu ainda, mas as hormonas continuam a comandar a situação... o regresso ao trabalho ainda não foi possível e os médicos continuam a insistir que a cirurgia é a minha única opção... eu continuo com esperança de que quando as hormonas voltarem ao seu devido lugar, que talvez tenha hipótese de conseguir recuperar os meus pulsos... 

Imagens: 1- OpenClipart-Vectors em Pixabay / 2- Georgex25 em Pixabay / 3- johnhais em Pixabay

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Garrafas Sensoriais

Desde que comecei a ler sobre o Método Montessori que tenho vontade de o introduzir no nosso quotidiano. Considero que há implementações difíceis de fazer pois requerem alguma logística e alterações mais profundas da casa, enquanto outras são tão simples, que todos nós podemos adoptar, como é o caso das Garrafas Sensoriais. E foi exactamente por aqui que comecei, pois achei que era uma forma simples e barata de fazer um brinquedo que poderia ser bastante interessante e estimulante para o Pedrinho.

São chamadas de Garrafas Sensoriais exactamente porque estimulam os sentidos. Podem ser preenchidas com diversos materiais (missangas, balões, botões, milho, feijão, arroz, purpurinas, pompons, com água, etc...), com o objectivo de captar a atenção da criança para as formas, as cores, os barulhos e o movimento, estimulando:
- a visão - através das cores dos diferentes materiais
- a audição - pois se preenchermos com missangas/milho/feijão o movimento da garrafa vai  fazer barulho proporcionando um óptimo estímulo auditivo (para os pais, talvez não seja óptimo)
- o tacto -  através da manipulação das garrafas
- o movimento - pois as garrafas vão rolar, incitando a criança a ir atrás delas.

E como fazer estas Garrafinhas?

É muito fácil. Basta guardar garrafinhas de plástico com tampa (eu usei de 33 cl) e preencher com os materiais escolhidos. Eu, nas nossas primeiras garrafinhas usei:



1 - pompons coloridos 
2 - água com purpurinas
3 - água com olhinhos a boiar
4 - missangas de várias cores e tamanhos
5 - água com balões e missangas de várias cores e tamanhos

No final de preencher as garrafas colei as tampas e deixei secar bem antes de dar ao Pedrinho para brincar, pois contém materiais muito pequenos, que se ao alcance da criança poderão ser facilmente deglutidos ou aspirados. Como não queremos correr esse risco, e queremos brincar em segurança o melhor é colar as tampas. 

Tinha também pensado em usar botões, feijão e outros materiais, mas achei que não havia necessidade de fazer muitas garrafas, porque ele ia acabar por perder o interesse. Assim, daqui a um tempo posso substituir estas, utilizando novos materiais, pois como acontece com os outros brinquedos, tenho a certeza de que o interesse pelas garrafinhas vai diminuir com o tempo. Se bem que fiquei surpreendida, porque na primeira vez que brincou com elas, manteve-se entretido mais do que 10 minutos, o que é um grande feito!

Conseguem adivinhar qual foi a preferida do Pedrinho?


Fotos - Mel 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A responsabilidade de educar!

Ao longo da vida temos dezenas ou até mesmo centenas de papéis, mas tenho agora para mim que o de mãe (ou pai) é o de maior responsabilidade que podemos ter em toda a vida; e por muito que já tenhamos essa ideia, acho que só sentimos realmente esse "peso" quando esse papel passa também a fazer parte de nós. 

O futuro daquele ser que gerámos depende essencialmente de nós: a sua educação, os seus valores, as suas crenças e muitas das características da sua personalidade e maneira de ser dependem dos pais, do que lhes ensinamos, proporcionamos, mostramos e dos nossos exemplos. Esta tem sido uma das minhas maiores preocupações desde que descobri que estava grávida pela primeira vez: 
 - como vou ser eu capaz de educar uma criança, se eu própria muitas vezes ando aqui perdida? 
- Oh, se os outros conseguem tu também consegues… não és menos capacitada do que as restantes mães… 

Sim, verdade, também posso acreditar nisso, se a maioria dos pais conseguem, nós também conseguiremos… mas a verdade é que tenho percebido que não basta conseguir educá-los, é preciso educá-los da melhor forma possível (assim, como penso ser o desejo da maioria dos pais), dando-lhe todas as ferramentas ao nosso alcance, para que eles consigam ser a melhor versão deles próprios. 

Mas o que significa isso na realidade? Como posso saber o que é o melhor para eles? O melhor para eles é aquilo que eu considerar que é o melhor?! E se estiver errada? E se o melhor para eles for totalmente diferente daquilo que eu considero o melhor? E se houver outras alternativas mais adequadas que eu desconheço? Como posso impor regras e limites sem necessariamente alterar a "essência" da criança e deixar que ela seja ela própria? ...  

Sei que nunca vou ter todas as respostas às imensas perguntas que tenho, possivelmente nunca terei nenhuma resposta certa, mas todas estas dúvidas têm-me feito pesquisar e ler bastante nos últimos meses (quero dizer, ler o tanto que me é permitido, pois o tempo livre para o fazer não é tanto quanto gostaria…). Se soubesse o que sei hoje: o pouco tempo que ia ter para ler tudo o que sinto necessidade agora, teria começado muito antes de engravidar... teria lido menos romances e mais sobre educação e parentalidade!! 

Fotos: 1- PublicDomainPictures em Pixabay / 2 - Engin_Akyurt em Pixabay 

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Momentos mais stressantes do dia

E o Oscar de momento mais complicado do dia vai para: 
    -  a troca da fralda... 

Desde que o Pedrinho começou a ganhar mobilidade que o desafio e o grau de dificuldade têm aumentado, porque estar deitado de barriga para cima sossegadinho deixou de ser a única opção e há todo um mundo para explorar, mesmo quando estamos deitados de barriga para cima no mesmo sítio várias vezes por dia! Mas se até há algum tempo, talvez até há cerca de 2-3 semanas, conseguíamos mantê-lo deitado durante o processo, actualmente já não posso dizer o mesmo. Se o distraíssemos com alguma coisa, inicialmente com brinquedos, e por último com a pomada, ou o frasquinho das gotas, coisas a que normalmente ele não tem acesso, ficava todo contente e como que "encantado" durante uns momentos e conseguíamos cumprir a tarefa com relativa facilidade. Agora não há nada que o faça sossegar, e trocar a fralda é uma tormenta pois mexe-se sem parar: vira-se, rebola, senta-se, levanta-se, inclusive quase que faz o pino se eu mantenho as penas seguras para limpar o rabinho e ele decide arquear o pescoço... não há nada que o consiga entreter e faça ficar sossegado!

Acho que faz todos os movimentos possíveis e confesso que algumas vezes (mais do que eu gostaria) tenho alguma dificuldade em manter a calma....! Já tentei mudar a fralda com ele de pé, pois li algures que algumas crianças preferem, mas a dificuldade mantém-se, porque ele não fica sossegado de forma alguma... terminando muitas vezes esta cena com ele a chorar por ser "obrigado a ficar imóvel".

E após toda esta luta ainda podemos ter o bónus de a fralda não ficar bem colocada, e passado algum tempo vamos verificar e estamos completamente molhados, não só a fralda, mas a roupa... e então toca a lavar e a mudar a roupa toda: processo igualmente difícil, talvez com um grau de dificuldade ligeiramente aumentado, porque para além da mudança da fralda e de ter que vestir apenas as meias-calças e as calças, temos todo um tronco para despir e voltar a vestir: interior, camisola, casaco........

Não sei se é algo comum e se por aí passam pelo mesmo ou se têm algumas dicas ou truques que possam ajudar a transformar esta actividade em algo menos stressante e mais prazerosa para ambos, se houver eu agradeço, porque chego a transpirar neste processo, aparentemente tão rápido e simples.... e que se repete tantas vezes ao longo de um mesmo dia....!! Ajuda precisa-se e agradece-se!

E por aí, quais os momentos mais complicados do dia?

Fotos: 1 - heymattaleen em pixabay / 2 - peridotmaize em pixabay

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Corte de cabelo ou pequena tragédia!

Hoje decidi cortar o cabelo ao Pedrinho, pela primeira vez. Já andava a pensar nisso há algum tempo, visto que a franja já estava muito comprida e não lhe saía dos olhos. Apesar de ele não se queixar, de certeza que o incomodava (pelo menos a mim incomoda-me quando está ao nível dos olhos). 

A intenção era boa, mas a execução não sei se podia ter sido pior... 

A tarefa aparentava ser de fácil execução: aparar a franja, qual poderia ser a dificuldade? Ora bem, não teve nada de fácil, pois ele não parou quieto um segundo, sempre a mexer a cabeça e a tentar pegar na tesoura... queria apenas cortar as pontinhas, para que estas não lhe chegassem aos olhinhos mas, com os movimentos, acabei por cortar demasiado... dramatizando um pouquinho poderia definir o meu corte como uma tragédia, pois ficou a parecer algo parecido a um frade, um franciscano, estão a imaginar?! Parece aqueles cortes à tigela muito usados no final dos anos 80, inicio dos 90... Tadinho! Na verdade passei o dia a lembrar-me da personagem do Christian Slater no filme O nome da Rosa (imagem do lado) - não é bem igual, pois o do Pedro ficou ainda mais curto - mas tem algumas semelhanças como poderão comprovar na foto em baixo.... 

Fiquei tristinha e desapontada com o resultado, ainda para mais não o posso ocultar, está bem à vista de todos e de cada vez que olho para ele vejo o resultado da minha acção e do meu fracasso!!!!

Claro que ele de momento não se queixa mas desconfio que, daqui a uns anos, quando olhar para as fotos desta altura, as vai descrever como um tipo de abuso do poder parental: - porque é que não me levaram ao barbeiro? 

Nestas alturas era bom que a vida real fosse um pouco mais como o computador, em que poderíamos usar a tecla undo para desfazer a última acção... assim, poderíamos desfazer o corte, e talvez tentar cortar com ele a dormir, onde talvez ele se mantivesse mais sossegadinho e eu conseguisse melhores resultados (porque desconfio que levar ao barbeiro também não seria uma boa solução, pois apesar de ter muito mais experiência do que eu, o problema da mobilidade do Pedro ia-se manter, logo, a dificuldade também).

Bem, vou parar de ser dramática até porque não vale muito a pena continuar a chorar sobre o sucedido pois não há possibilidade de voltar atrás, e afinal de contas não é algo assim tão grave, é só cabelo e resta-nos ter alguma paciência e aguardar que ele cresça de novo - e no entretanto pode ser que nos habituemos ao novo corte e deixe de nos parecer tão estranho...!! Contudo tenho que concluir que somos nós, os pais, que transformamos os nossos filhos nuns totós....! 

Fotos: 1- imagem do filme o Nome da Rosa / 2- Mel

domingo, 28 de janeiro de 2018

Astronomia para bebés

Hoje tivemos uma manhã diferente! Levantámo-nos, preparámo-nos e saímos de casa rumo ao Exploratório, para assistir a uma sessão de Astronomia para bebés! 

Chegámos e estava uma enorme fila para comprar os bilhetes. A afluência foi tanta que a primeira sessão esgotou, e tiveram que fazer uma segunda, que esgotada ou não, também encheu a sala.

Quando decidimos fazer uma actividade com o Pedrinho, vamos sempre expectantes, pois nunca sabemos como vai reagir ou qual vai ser a sua disposição, é sempre uma incógnita... mas hoje ficámos surpreendidos pela positiva, pois, a combinação da projeção das imagens, com a música, captou a sua atenção e manteve-o bastante interessado. Soltou alguns gritinhos, alguns sorrisos e posso dizer que se portou bastante bem, e arrisco a dizer que gostou... claro que cansou o pai que o tinha ao colo, pois o estar atento, não significa que esteja sossegado, mas foi muito positivo.

Acho que se puderem é uma actividade interessante para fazerem com os vossos bebés. Penso que vai acontecer mensalmente, sempre no último domingo do mês, sendo que a próxima será então dia 25 de Fevereiro às 10:15. 

Nunca tinha entrado no Exploratório, e aconselho vivamente. Tem muito para explorar e bastantes experiências para fazer com as crianças (já mais crescidas do que o meu), sendo ao mesmo tempo divertido e educativo, e não há nada melhor do que aprender brincando. 
Visitem, de certeza que será um tempo bem passado em família. Nós com certeza que iremos voltar!

Fotos: 1 e 2 - Mel


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Férias

O Pedrinho nunca foi muito disciplinado no que respeita a sonos; dar boas noite nunca foi uma das suas qualidades e, até aos seis meses, altura em que o leite materno começou a ser suplementado com a sopa, fruta e leite adaptado, continuava a mamar de 2 em 2 horas, dia e NOITE. Dormir mais do que 1h30 seguidas era utopia... chegámos a Julho e eu estava exausta... exausta mesmo! Ansiava as férias, já só pensava em ir de férias....

Agosto chegou e as tão desejadas férias também. Não íamos propriamente para um resort descansar, mas o pensamento de mudar de ares e de ver o mar já me deixava feliz. Fizemos a mala, enchemos o carro até ao tecto e lá fomos.... 

...mas alguém se esqueceu de me avisar que férias e bebés são duas palavras que não combinam.... mudámos de ares? Sim, mudámos! Mudámos de casa? Sim, mudámos! Mas o resto continuou tudo exatamente igual... as pessoas, os afazeres, as tarefas... ou talvez mesmo pior, porque aqui nem máquina de lavar roupa tinha, ou seja, com a quantidade de roupa que um bebé suja, todos os dias tinha k lavar, esfregar, torcer.......

Que ingenuidade!! Férias...?!?! Pensava eu que ia ter uns dias sossegados, de lazer e relaxamento!! Pfff... ingénua é a palavra mais simpática que me consigo atribuir! Confesso que o meu desejo de descanso era tão grande que não via outro cenário, ia de férias, só podia correr bem! Nop! Nem por isso... tive que reunir muitos pensamentos e energia positiva para não ter um colapso nervoso. Se nem de "férias" eu conseguia descansar, quando é que isso ia acontecer? Quando é que eu ia descansar?

Foi então que me ocorreu o pensamento de que talvez não quisesse ter mais filhos. Quando comecei a pensar em ter filhos, pensava sempre em ter mais do que um, não propriamente por querer ter vários filhos, mas porque eu gosto muito de ter uma irmã, e gostaria que o meu filho também tivesse irmãos. Mas, pensar que quando finalmente recuperasse um pouco da minha rotina, quando voltasse a conseguir ter uma noite tranquila, a dormir e a descansar, iria voltar às noites sem dormir, não era uma ideia que me agradasse muito. Talvez fosse apenas o meu cansaço a falar. Talvez fosse uma ideia momentânea mas, naquele momento, era realmente o meu pensamento... 

O que eu desconhecia, é que nessa altura, quando essa ideia dominava o meu pensamento, eu já estava grávida novamente. O segundo bebé já vinha a caminho...

Fotos: 1- StockSnap em Pixabay / 2 - FotografieLink em Pixabay


segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

SuperNanny

Por norma não vejo muita televisão, mas por acaso a semana passada a promoção do novo programa da Sic, SuperNanny, chamou-me a atenção e fiquei curiosa. Na fase em que me encontro, educação e parentalidade são temas que me interessam, e como tal hoje lembrei-me de ligar a Tv e assistir ao programa. 

Confesso que não me sentei quietinha no sofá, 100% concentrada, pois o pequenote cá de casa ainda não estava a dormir, e a atenção teve que ser partilhada, mas penso que consegui reter o essencial. 

Primeiro tenho que confessar que o formato me surpreendeu pois, na minha ingenuidade, pensei que seria uma psicóloga a dar dicas e conselhos aos pais, mas nunca achei que fosse ser ao estilo reality show, não me tinha passado pela cabeça que seria com exemplos reais, entrando realmente na casa das pessoas. 

E não gostei. Não gostei da exposição da criança. Como será amanhã na escola? Não irá ser gozada pelos colegas? Todos sabemos como as crianças podem ser cruéis... Que repercussões poderá ter no seu futuro? 
Não é o meu objectivo criticar a decisão desta mãe, mas penso que eu não o faria. Bem sei que há alturas em que estamos tão desesperadas que tentamos de tudo, apenas queremos uma luz ao fundo do túnel, uma ajuda, seja ela qual for... e talvez fosse esta a situação, este o grau de desespero desta mãe... talvez não tivesse possibilidade de encontrar ajuda de outra forma (também sei que por vezes é muito difícil obter a ajuda que precisamos, já o senti na pele... muitas vezes as instituições que nos deviam apoiar, falham, e aí, qualquer ajuda é bem vinda)... não sei qual o contexto, nem qual o motivo que a levaram a entrar no programa, por isso não me vejo no direito de a criticar. Mas como mãe, tenho pena que apostem neste tipo de formato! Acho que o assunto poderia ser tratado de outra forma, sem expor os menores, e sendo educativo para as famílias.

Quanto ao método, aos conselhos da SuperNanny também não fiquei super fã. Compreendo que seja necessário alterar o comportamento desta criança, mas basea-lo em castigos e recompensas serão o melhor método? Sinceramente não sei... quais poderiam ser as alternativas? Não será necessário ir um pouco mais fundo e tentar compreender o que se passa realmente com esta criança? O que a leva a ter este tipo de comportamento? Será que ela é apenas mal-educada e tem falta de regras ou não está a conseguir ser ouvida nem expor o que realmente sente?

O Pedro ainda não entrou na fase das birras... tenho a certeza absoluta de que não sei o que me espera.. de que terei muitos momentos de desespero e em que não saberei o que fazer... não sei se aquilo que defendo em teoria no momento, ou os comportamentos e técnicas que penso que irei adoptar, conseguirei na altura realmente implementar... só o futuro o dirá, por isso não me vejo no direito de criticar as outras mães. Posso não concordar, mas não criticar, pois só quando passamos pelas situações é que podemos saber realmente o que se sente... não passando por elas, podemos apenas imaginar e achar que se fosse connosco faríamos isto ou aquilo, mas não passam de suposições.

Qual a vossa opinião? Acham que seria possível alterar o comportamento desta criança de outra forma? Sem recompensas e castigos? Como? 
Tenho tanto a aprender..... 

Foto: sic 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Sabiam que os bebés já podem nascer com dentes?

Sim, é verdade! Não é uma situação muito frequente, mas pode acontecer, são os chamados “dentes natais” Estes estão presentes na boca no momento do nascimento. 
Existem também os “dentes neonatais” que erupcionam durante o primeiro mês de vida do bebé. 

Na grande maioria dos casos de dentes natais e neonatais (em cerca de 85%) trata-se dos incisivos centrais inferiores, e menos de 10% correspondem a dentes supranumerários (dentes extra). É também frequente que nasçam em pares.

A causa da sua erupção precoce é desconhecida. A maioria da erupção destes dentes ocorre em crianças normais, por vezes com historial semelhante na família, contudo a sua presença pode ser indicativa de alguma causa ambiental ou síndrome subjacente, pelo que será importante fazer uma avaliação diagnóstica. 

A abordagem preferível será a de deixar o dente na boca devido ao seu importante papel no crescimento e erupção dos dentes adjacentes, contudo a maioria destes dentes são bastante móveis, devido à imaturidade do desenvolvimento da raíz, o que pode causar perigo de deglutição ou aspiração; nestes casos será indicada a sua extração. 

A sua presença pode também causar grandes dificuldades na amamentação, que se pode tornar demasiado dolorosa para a mãe. Contudo, é possível ensinar o bebé, para que este deixe de morder durante a sucção; pensa-se que o bebé sente o desconforto da mãe e aprende a evitar causá-lo.

A forma afiada do bordo do dente pode causar ulceras nas superfície inferior da língua (conhecida como doença de Riga-Fade). A dor provocada por estas lesões dificulta também  a amamentação e pode levar a desidratação e perda de peso; e a extracção do dente pode ser necessária, contudo em alguns casos o alisamento da borda do dente é suficiente.

Caso não seja necessário proceder à sua extração, num espaço de tempo relativamente curto, o dente vai estabilizar. 

Caso se trate de um dente supranumerário, a extração será o tratamento mais adequado.

Para avaliar qual a opção de tratamento mais adequada é sempre necessário consultar o dentista. 

Foto: Thomas Ricker em Flickr