A primeira vez que ouvi falar de Parentalidade Consciente foi em 2016 através da Mia (Mikaela Oven), e do seu livro Educar com Mindfulness. Desde que me comecei a relacionar com o termo Parentalidade Consciente que o achei insuficiente, pois os princípios e os ideais que defende, não se limitam à parentalidade, mas a todas as relações existentes (a começar pela nossa relação connosco próprios). Por isso, para mim, a Parentalidade Consciente é apenas uma fatia de um bolo maior chamado Relações Conscientes, pois todas as nossas relações podem ser diferentes, se agirmos de uma forma mais consciente.
E o que é isto de ser consciente?
Segundo o dicionário online da porto editora, a palavra consciente tem origem no latim e significa ter consciência de, que sabe o que faz.
Assim, ter relações conscientes consiste em assumir o controlo pela relação, saber o que quero e como me quero sentir nesta relação, e como tenho que agir, de forma a o conseguir.
Do mesmo modo, praticar uma parentalidade consciente, consiste em assumir responsabilidade pela minha parentalidade, por aquilo que faço; questionar o que quero fazer e porquê, se é realmente isso que quero fazer, e se não faço apenas porque o pediatra mandou, ou porque a minha mãe me disse ou a sociedade me recomenda. Estou a agir assim, porque quero e porque está de acordo com a minha intenção!
Quando entramos no mundo da parentalidade, somos logo bombardeados por imensa informação, vinda de todo o lado. De repente todas as pessoas que conheces têm algo a dizer sobre o teu estado e o teu bebé, alguma informação para partilhar, algum conselho a dar... isso começa ainda o bebé está na barriga, contudo, quando nasce, acho que piora. De repente estamos rodeados de conselhos, ideias, sugestões, que na maioria das vezes não pedimos, e que, para além de nos deixarem perdidos (pois muitas vezes pessoas diferentes dão sugestões opostas), nos fazem sentir que não sabemos nada, que todos os outros sabem tanto... fazem-nos sentir inadequados e insuficientes, como se todos os outros fossem melhores pais para o nosso filho, do que nós próprios... e aqui, acredito que a parentalidade consciente nos pode ajudar.
Para mim, a parentalidade consciente é um convite a olhar para dentro, para nós próprios, um convite para uma caminhada interior e de auto-descoberta, que nos permite conectar cada vez mais com a nossa intuição, o que, ao mesmo tempo, nos permite conectar cada vez mais com os nossos filhos. E nós, mães e pais, somos quem melhor conhece os nossos filhos! Se conseguimos reduzir o ruído exterior e aumentar o volume interior, seguir a nossa intuição, vamos conseguir saber, a cada momento, o que é melhor para os nossos filhos. Não porque é suposto ser assim, não porque ele está a fazer uma cena e está toda a gente a olhar para nós, não porque a minha sogra disse, ou a amiga recomendou, mas sim, porque nós somos quem melhor conhecemos os nossos filhos, e sabemos melhor o que eles precisam a cada instante!
Tenho percebido que os valores da parentalidade consciente me podem ajudar neste caminho, a sentir-me mais segura e confiante enquanto mãe. A tentar sintonizar de novo com a minha intuição, cuja emissão nem sempre apanha frequência, mas que tento aproveitar de cada vez que consegue emitir!
Fotos: 1- Free-Photos from Pixabay; 2- Jill Wellington from Pixabay